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"Notável maioria dos debates com ‘posição de Marcelo não respeitada’"
A deputada socialista Isabel Moreira, reagiu, esta quinta-feira, à polémica em torno da decisão do primeiro-ministro António Costa de recusar a demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba – sobre a qual o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse discordar.
“As pessoas que acham que António Costa ‘afrontou’ o PR, não acham que o PR afrontou António Costa e as suas competências exclusivas quando fez saber na imprensa que queria a demissão de um ministro, não?“, questiona, numa publicação na rede social Twitter.
Na ótica de Isabel Moreira, que afinca não entrar “no mérito da decisão de não demitir Galamba”, é “notável que a esmagadora maioria dos debates tomem por ‘posição do presidente não respeitada’ – e portanto que merece respeito institucional- uma exigência de Belém atirada a um jornal“.
“Vamos imaginar então que o novo normal para o país de tantos é que as eleições valham o que o sistema presidencialista não existente decida que valem [nos órgão de comunicação social]. A partir daí, o povo vota, forma um parlamento, mas isso em dois meses pode não dizer nada“, sublinha.
A deputada referiu ainda que “pode não estar em causa o funcionamento regular das instituições e pode mesmo estar alguém a falar em governos“.
“De iniciativa presidencial, por acaso inconstitucionais, ou então em demissões do governo para que o primeiro-ministro apresente nomes de ministros que, na verdade, sejam os que o Presidente da República quer“, atirou.
“E a constituição? A constituição reduziria horas de debates a metade do tempo“, rematou.
As pessoas que acham que António Costa “afrontou” o PR, não acham que o PR afrontou António Costa e as suas competências exclusivas quando fez saber na imprensa que queria a demissão de um ministro, não?
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) May 4, 2023
Recorde-se que, na terça-feira, o ministro das Infraestruturas divulgou um comunicado a informar que, “no atual quadro de perceção criado na opinião pública”, tinha apresentado o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, “em prol da necessária tranquilidade institucional” – que António Costa recusaria cerca de meia hora depois.
António Costa considerou que a João Galamba não é “imputável pessoalmente qualquer falha” e disse que mantê-lo como ministro é uma decisão que o “responsabiliza integralmente” como primeiro-ministro, tomada provavelmente contra a opinião da maioria dos portugueses e certamente contra os comentadores.
Numa nota publicada na página oficial da Presidência da República, depois de António Costa anunciar a decisão de não aceitar o pedido de demissão de João Galamba, o Presidente da República assumiu uma discordância em relação ao primeiro-ministro “quanto à leitura política dos factos” que o levaram a manter João Galamba “no que respeita ao prestígio das instituições”.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica
4 Maio 2023