Política
Lacerda Machado na CPI à TAP. "Com amigos destes, Costa que se cuide"
A ex-eurodeputada Ana Gomes comentou, no domingo, as intervenções da semana que marcaram a Comissão de Inquérito à TAP durante os últimos dias, nomeadamente, a intervenções de Humberto Pedrosa e Diogo Lacerda Machado.
A comentadora sublinhou que estas intervenções foram um “paradoxo” interessante, dado que Pedrosa, ex-acionista da companhia aérea portuguesa defendeu “a gestão da Estado, face à pandemia” e também avisou “contra a privatização à pressa da TAP”. “Parece-me que esta é a atitude de um homem de negócios, de um empresário, decente e razoável”, notou, em declarações à SIC Notícias.
“Já muito diferente é aquele que foi nomeado pelo primeiro-ministro para representar do Estado da TAP”, apontou, referindo-se à intervenção de Diogo Lacerda Machado, antigo administrador da empresa.
“Não defende, de todo, os interesses do Estado, nem do Governo, nem do amigo Costa. Com amigos destes, Costa que se cuide”, avisou a comentadora.
Ana Gomes notou ainda que uma das coisas que tinha achado “extraordinária” foi não só este paradoxo, como também o “embalo” e a “apoio” que, a seu ver, toda a Direita demonstrou a este último responsável. “Porque dá jeito Diogo Lacerda Machado dar pancada a quem a Direita toda odeia – Pedro Nuno Santos”, justificou, acrescentando que haverá oportunidade para o ex-ministro se justificar de certas acusações feitas por Lacerda Machado, como quando “tentou encalacrar” Nuno Santos “dizendo que [este] tinha pressionado o secretário de Estado para ele não votar as contas de privatização da TAP”.
A ex-candidata à Presidência da República referiu ainda que este responsável se incomodou com os 55 milhões de euros pagos a David Neeleman para sair da estrutura acionista, em 2020. “Essa é uma decisão que não é de Pedro Nuno Santos, é colegial”, apontou ainda, defendendo que esse valor “visava comprara ações do Neeleman, direito económicos – superiores a ações – e ausência de litigância”, esta última para que, “obviamente”, o privado não se “virasse” contra o Estado.
“Esta audição foi muito interessante e não tenho a certeza de que o Parlamento e a própria imprensa se tenha apercebido do que significado desta intervenção”, rematou.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica
15 Maio 2023