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Visita "histórica" do chefe da diplomacia de Taiwan aos países bálticos
Taiwan tem sido alvo, nos últimos anos, de uma intensificação da pressão militar e política da China, que considera a ilha autónoma uma parte do seu território e garantiu que um dia voltará a apoderar-se dela — pela força, se necessário.
Por seu lado, os países bálticos — Estónia, Letónia e Lituânia — consideram a vizinha Rússia uma ameaça à sua existência, sobretudo depois de as tropas de Moscovo terem invadido a Ucrânia, em fevereiro de 2022, e aí travarem uma guerra de agressão desde então.
“A minha visita à Lituânia, bem como aos outros Estados bálticos, é (…) histórica”, declarou Wu à imprensa em Vilnius.
“É a primeira vez que um ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan se desloca aos Estados bálticos”, sublinhou.
Pequim sente-se ofendida com o apoio internacional a Taiwan, que poderá dar à ilha uma sensação de legitimidade internacional.
Para evitar provocar a ira da China, nenhuma personalidade do Governo lituano se reuniu oficialmente com Wu, mas a presidente do parlamento recebeu-o no seu gabinete.
“Os Estados bálticos e Taiwan são democracias na linha da frente. Estamos a enfrentar a expansão do autoritarismo”, disse Wu aos jornalistas.
A presidente do parlamento lituano, Viktorija Cmilyte-Nielsen, que visitou Taiwan no mês passado, declarou que falou com Wu sobre a forma de “fortalecer a cooperação económica e o apoio à Ucrânia”.
Vilnius autorizou Taiwan a abrir uma embaixada ‘de facto’ com o nome da ilha em 2021. Em resposta, Pequim reduziu as suas relações diplomáticas com a Lituânia e bloqueou as suas exportações. Vilnius espera que os investimentos de Taiwan compensem as perdas.
O chefe da diplomacia taiwanesa referiu igualmente o anúncio feito na semana passada pela Estónia, de que está “pronta” para autorizar Taipé a instalar um gabinete de representação não-diplomática no seu território.
“Aguardamos com impaciência a continuação da cooperação entre Taiwan e Estónia. Ainda agora começou, mas é um bom princípio”, declarou Wu.
Pequim criticou na quarta-feira o anúncio da Estónia.
“A China exorta a parte estónia a respeitar o seu compromisso solene com o princípio de uma só China e a abster-se de permitir a Taiwan criar organismos oficiais”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Última Hora
9 Novembro 2023