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"Somos uma companhia nacional, temos obrigações de transparência"
Em declarações aos jornalistas, a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, disse, esta quinta-feira que a empresa vai “honrar” seja qual for a conclusão que resulte do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis, antiga secretária de Estado do Tesouro, quando esta deixou a companhia aérea.
Isto porque é uma empresa “nacional“, que tem “obrigações de transparência” para com o país, e que “tem levado a cabo várias auditorias” para perceber melhor algumas informações sobre o caso.
Christine Ourmières-Widener não se comprometeu com qualquer visão pessoal sobre este caso, preferindo esperar pelo relatório final ao polémico caso.
Relatório este que o próprio Presidente da República comentou, admitindo que dele surgirão “consequências jurídicas, não políticas”. Palavras “relevantes“, acredita a CEO da TAP, que argumentou não lhe caber “chegar a uma conclusão sobre qual deveria ser o ‘status’ correto [dado a Alexandra Reis]”, mas sim “aos especialistas que estão a fazer o relatório”.
Falava Ourmières-Widener sobre um dos detalhes mais delicados deste caso: o estatuto oficial da antiga administradora e ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, que transitou da TAP para a NAV, duas empresas da esfera pública, no espaço de quatro meses.
É que, segundo o artigo 26.º do Estatuto do Gestor Público, os gestores demitidos por “mera conveniência” veem a sua indemnização reduzida caso regressem ao exercício de funções, ou então se aceitarem, no prazo de 12 meses, uma função ou um cargo no setor público, administrativo ou empresarial.
Significa isto que, conforme o próprio primeiro-ministro defendeu em janeiro deste ano, no Parlamento, este estatuto terá sido violado, ao não proceder Alexandra Reis “à reposição de parte da indemnização que tinha recebido, admitindo que a indemnização a recebeu legalmente”.
Decorrem negociações
A CEO da TAP esclareceu ainda estar em processos de renegociação com a Airbus, no âmbito de “um plano muito ambicioso de reestruturação da frota”.
Ourmières-Widener não avançou qualquer detalhe sobre o estado das negociações, argumentando apenas que é “muito importante”, e que a empresa pretende ser “competitiva“. Sobre levar a Airbus a tribunal, a CEO não iria tão longe, até porque “é muito cedo para estar a falar de coisas tão dramáticas”.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Última Hora
2 Março 2023