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"Soluções" ou eleições? Partidos contidos (mas "preparados")
A (nova) crise política em Portugal que se desenrolou esta terça-feira, já mereceu declarações dos partidos.
Após a demissão de António Costa, motivada pelo facto de o Ministério Público revelar que é alvo de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio, os partidos falaram ao país.
Luís Montenegro pediu eleições e afirmou que “o Governo caiu por dentro”. A mesma posição foi defendida pela IL, Chega e BE.
Mais moderados foram o Livre, o PCP e o PAN que, embora se dissessem preparados, remetem para Marcelo a decisão.
Eis o que disse cada partido sobre a demissão de Costa:
PSD diz que “Governo caiu por dentro” e pede eleições antecipadas
O presidente do PSD defendeu hoje a realização de eleições antecipadas, dizendo que “o Governo caiu por dentro” e que a degradação do executivo “impõe que não se perca mais tempo e se devolva a palavra ao povo”.
“Não há outra solução” sem ser dissolução do Parlamento e eleições
O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, defendeu hoje “não há outra solução” sem ser a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa.
“Creio que não há outra solução neste momento que não seja a dissolução [do parlamento] e eleições para que os portugueses possam pronunciar-se sobre a nova constituição da Assembleia da República e um novo Governo”, declarou Rui Rocha.
Na opinião do líder da IL, “não havia nenhuma condição” para António Costa continuar em funções.
Livre diz-se “preparado para tudo” mas aguarda o “tempo” de Marcelo
Livre considerou que o país está hoje numa “situação grave e séria”, diz estar preparado para todos os cenários, mas escusou-se a falar em eleições antecipadas por considerar que este é ainda “o tempo do Presidente de República”.
Rui Tavares admitiu a sua surpresa com todos os acontecimentos que hoje levaram o primeiro-ministro a anunciar a sua demissão, mas salientou que “não há nenhuma situação que o povo não possa gerir”.
“É sério que esta demissão tenha acontecido pelos motivos que sucedeu e acerca dos quais esperamos saber mais num futuro próximo”, afirmou.
O primeiro-ministro anunciou hoje que apresentou a sua demissão ao Presidente da República após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
Chega considera que eleições antecipadas são único “cenário possível”
O presidente do Chega defendeu hoje que a marcação de eleições legislativas é o único cenário possível, na sequência da demissão do primeiro-ministro, e pediu ao Presidente da República que as convoque “o mais depressa possível”.
“Não há outro cenário possível que não seja a dissolução do parlamento e a convocação de eleições”, afirmou André Ventura, recusando a possibilidade de nomeação de um novo primeiro-ministro, sem eleições.
O presidente do Chega considerou que a nomeação de um novo primeiro-ministro que “não foi legitimado pelos portugueses” seria “uma fraude” e “uma grande traição” do Presidente da República “às suas palavras há dois anos”.
PCP diz que país precisa de “soluções e não eleições”
O secretário-geral do PCP defendeu hoje que o país precisa de “soluções e não de eleições”, mas considerou que o Governo está “profundamente fragilizado” e não é possível manter o atual quadro político, manifestando-se preparado para ir a votos.
“Tal e qual como há um ano e meio atrás, do que nós precisamos é de soluções e não de eleições”, defendeu Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas na sede nacional do PCP, em Lisboa, depois de ser conhecido o pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa.
O líder do PCP referiu, contudo, que o “Governo está profundamente fragilizado” e “não é possível continuar” no atual quadro político, acrescentando ainda que o executivo não estava a dar resposta aos problemas enfrentados pela população.
PAN “vai aguardar para ouvir o Marcelo tem a dizer aos partidos”
A porta-voz do PAN apontou hoje que vai aguardar para ouvir as soluções que estão a ser equacionadas pelo Presidente da República para o futuro político do país e recusou “comprometer a discussão” do Orçamento do Estado.
“O PAN vai aguardar a chamada do senhor Presidente da República para ouvir o que Marcelo Rebelo de Sousa tem a dizer aos partidos (…) e vamos também aguardar pelo Conselho de Estado. Mas todas as forças políticas e todas as instituições têm o dever de pôr o superior interesse do país e das pessoas à frente dos interesses e das querelas políticas”, afirmou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, após o anúncio da demissão do primeiro-ministro.
A líder do PAN quer ouvir especificamente “as soluções que Marcelo Rebelo de Sousa possa ter em cima da mesa além da possibilidade de dissolução da Assembleia da República”.
PS “preparado” para eleições ou mudança de liderança do executivo
O presidente do PS afirmou hoje que os socialistas estão preparados para uma decisão do chefe de Estado de convocar eleições antecipadas ou optar por uma mudança da liderança do Governo, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
Esta posição foi assumida por Carlos César horas depois de o primeiro-ministro ter anunciado que apresentou a sua demissão ao Presidente da República, já aceite por Marcelo Rebelo de Sousa, após o Ministério Público revelar que António Costa é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
“O PS está preparado para qualquer cenário, seja eleições ou mudança de liderança do Governo”, declarou Carlos César, frisando que essa decisão compete ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tendo ao seu lado o secretário-geral adjunto, João Torres, e a ouvi-lo na primeira fila da plateia membros da Comissão Permanente do PS.
BE defende “eleições antecipadas” e pede que justiça seja célere
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, defendeu hoje que o Presidente da República deve convocar eleições legislativas antecipadas, na sequência da demissão do primeiro-ministro, e pediu celeridade à justiça para que as suspeitas sejam esclarecidas.
“O BE comunicará ao Presidente da República a sua preferência pela convocação de eleições antecipadas”, indicou a líder bloquista.
Depois de terem estado esta segunda-feira com Marcelo, os partidos voltam a reunir com o Presidente, esta quarta-feira, desta feita para discutir a crise política que assolou Portugal.
Leia Também: O que acontece após a demissão de Costa? Futuro está nas mãos de Marcelo
Fonte : Notícias ao Minuto – Politica
7 Novembro 2023