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Saiu Sanches, entrou Lacerda. A CPI, as audições e o otimismo de Galamba

Jorge Seguro Sanches ameaçou e cumpriu. Está de saída da presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP, dando lugar ao deputado socialista António Lacerda Sales. Para João Galamba, ministro das Infraestruturas, está tudo ‘ok’ e remeteu mais declarações para a CPI. Esta quinta-feira há mais audições. 

O socialista António Lacerda Sales assumiu a presidência da comissão parlamentar nesta quarta-feira, após a saída de Seguro Sanches.
 
O ex-secretário de Estado já asseverou que tem “a noção da responsabilidade que a função representa” e, por isso, quer “fazê-la de uma forma isenta, transparente e imparcial, para que seja alcançada toda a verdade sobre a tutela política da TAP.” 

O que motivou a saída de Seguro Sanches?

Tudo começou quando, esta terça-feira, Seguro Sanches foi questionado na CPI sobre o tamanho das grelhas das audições pelo deputado do Partido Social Democrata (PSD) Paulo Moniz. O responsável abandonou a reunião e já, nessa altura, abriu a porta a uma eventual demissão. 

Considerou urgente refletir se continuava a ter “as melhores condições” para cumprir o seu mandato, pedindo ao vice-presidente que o substituísse na condução da audição daquela tarde.

A discussão e votação de requerimentos e também o debate sobre a grelha usada nas audições duraram cerca de uma hora e meia antes da audição de Humberto Pedrosa, com momentos mais tensos, que culminaram com o pedido do socialista Jorge Seguro Sanches para ser substituído na condução dos trabalhos pelo vice-presidente Paulo Rios de Oliveira, deputado do PSD.

Depois de críticas de diversos partidos devido à aplicação da grelha mais curta para as audições desta semana, o presidente quis partilhar “com todos” uma possibilidade que já tinha aberto quando pediu uma investigação sumária sobre a fuga de informação de documentos.

“A confiança é um elemento essencial na condução do interesse público. A comissão de inquérito tem que ter condições para desempenhar a sua tarefa de forma rigorosa, indo ao fundo das questões, tem que gerar confiança e não passar o tempo a discutir procedimentos, grelhas, ou forma de acesso a documentos e tudo isso já fizemos”, disse.

Galamba tem “imensas condições”

Também João Galamba, cujas polémicas das últimas semanas estão intrinsecamente ligadas à CPI, falou esta quarta-feira.   

Questionado pelos jornalistas sobre a polémica em torno do seu pedido de demissão, o ministro das Infraestruturas respondeu apenas: “Não vê que estou com imensas condições para continuar [no Governo]? Não tenho nada a acrescentar face ao que foi dito pelo primeiro-ministro.”

João Galamba mostrou-se ‘irritado’ com os jornalistas, questionando-os: “Posso andar, ou não? Não vos estou a empurrar, só estou a pedir-vos para me deixarem andar.”

O ministro remeteu, após muita insistência, para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP, onde irá dar “as explicações que faltam dar”.

Quem vai ser ouvido esta quinta-feira?

A comissão de inquérito à TAP vai ouvir 60 personalidades e as audições continuam esta quinta-feira O advogado Diogo Lacerda Machado, que negociou a reversão da privatização da TAP, vai ser hoje ouvido na qualidade de ex-administrador, cargo que deixou em abril de 2021.

Já sobre o caso que envolve o ministro João Galamba, a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) e o diretor do Serviço de Informações de Segurança (SIS) serão ouvidos no Parlamento esta quinta-feira. Em causa, está o “enquadramento legal” da intervenção do SIS na recuperação do computador de um ex-adjunto governamental.

 As audições vão decorrer à porta fechada, segundo noticiou a SIC Notícias.

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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica  

11 Maio 2023

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