Política
PS diz que PR "fez o que devia" ao evitar divergência com Costa no PE
“Não creio que tenha feito um favor ao Governo. O Presidente veio à Europa, ao Parlamento Europeu, e fez o que devia, falou sobre a Europa e sobre o futuro da Europa, sobre os problemas e os desafios que temos de vencer”, defendeu a eurodeputada socialista e líder da bancada do PS, Maria Manuel Leitão Marques.
Reagindo ao discurso do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo, a responsável disse que “era assim que todos se deviam comportar”, mesmo em “campanha eleitoral para o Parlamento Europeu ou […] num debate na RTP”.
Na intervenção em plenário, o Presidente da República sublinhou que a União Europeia (UE) só ganha o futuro com uma visão longínqua, não abordando assim o panorama nacional e a divergência entre o chefe de Estado e o primeiro-ministro português, António Costa, em relação à permanência no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba.
Em reação, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel falou num “discurso muito, muito pró europeu, mas sem medo nenhum de enfrentar aqueles que são os grandes desafios que a Europa tem nos próximos anos”.
Para o eleito do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou inclusive “uma divergência com o Governo” quanto a um futuro alargamento, dado que António Costa tem sido “relutante”.
O eurodeputado bloquista José Gusmão apontou que o discurso “teve muitos aspetos positivos”, como “o apelo a uma paz justa e legal na Ucrânia, a referência à consideração e valorização das consequências sociais, da crise da inflação e a referência ou apelo a uma Europa aberta e pioneira no clima”, embora com “uma intervenção muito vaga sobre a questão da governação económica”.
Também para o parlamentar comunista João Pimenta Lopes, “faltaram alguns elementos que traduzissem […] as consequências de diversas políticas que estão na base de problemas graves, sérios, com que o povo português hoje se confronta”, como “os muitos baixos salários, o aumento do custo de vida, os problemas da habitação […] e as questões da inflação”.
Para o eurodeputado do CDS, Nuno Melo, este foi um discurso baseado “em liberdade no que tem que ver com o que se está a suceder na Ucrânia e o compromisso dos europeus na defesa dessa luta, que é uma luta, por isso mesmo, pela liberdade e projetada no futuro”.
“Eu diria que foi um discurso consensual”, adiantou Nuno Melo, apontando que, no anterior discurso, em 2016, quando Marcelo Rebelo de Sousa abordou o então novo ciclo político em Portugal, “a fórmula portuguesa era singular, mesmo na perspetiva europeia”.
No discurso agora feito perante os eurodeputados, o Presidente da República defendeu que a UE só “ganha o futuro vendo a médio e longo prazo” e considerou imprescindível a mudança geracional para vencer os populismos.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que “o tempo urge e a Europa não pode perder tempo” para fazer cumprir os desígnios da UE.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica
10 Maio 2023