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Presidente do Paraguai aponta Taiwan como "farol da democracia" na região

Presidente do Paraguai aponta Taiwan como "farol da democracia" na região

Mario Abdo Benítez foi recebido por uma guarda de honra, enquanto caminhava ao lado da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, num tapete vermelho, em frente à Casa Presidencial. Abdo chegou a Taiwan na terça-feira para uma visita de cinco dias.

Taipé está a acompanhar de perto as eleições presidenciais no Paraguai, onde o candidato do partido de oposição disse que romperia relações diplomáticas com Taiwan, caso seja eleito.

Desde que Tsai assumiu o poder, em 2016, a China lançou uma campanha para isolar internacionalmente a ilha, tentando fazer passar para o seu lado os aliados diplomáticos de Taipé.

A China reivindica Taiwan como uma província sua e opõe-se a qualquer forma de contacto oficial entre Taiwan e outros países.

Taipé mantém, atualmente, relações diplomáticas com 14 países.

“Quero expressar o meu mais profundo e sincero respeito ao povo taiwanês, por não desistir da sua corajosa luta pela liberdade e pela salvaguarda da sua soberania”, disse Abdo. “Face a contínuas ameaças e a uma situação tensa, os taiwaneses não desistiram da sua resolução pela paz, continuando a desempenhar o papel de farol da democracia na região”, acrescentou.

O líder do Paraguai também agradeceu a Taiwan pela ajuda prestada durante a pandemia da covid-19 e disse que a economia do seu país foi a que menos sofreu entre as nações latino-americanas, como resultado desse apoio.

Tsai não referiu a possível perda do Paraguai como aliado diplomático. Em vez disso, agradeceu a visita de Abdo e falou sobre o aprofundamento da cooperação económica entre os dois lados.

“Quero agradecer ao presidente Abdo por ter defendido, por muitas vezes, a participação de Taiwan nos fóruns internacionais”, disse Tsai, durante um discurso proferido antes de se reunir com o líder paraguaio.

Em dezembro de 2021, Taiwan perdeu a Nicarágua como aliada diplomática, depois de o presidente do país centro-americano ter sido reeleito, numas eleições que os Estados Unidos dizem terem sido fraudulentas. A Nicarágua afirmou então que ia passar a reconhecer Pequim como o único governo legítimo de toda a China.

Em 2022, Taiwan e a China foram também parte da campanha presidencial nas Honduras, outro aliado de Taipé. Xiomara Castro disse que passaria a ter relações com Pequim se fosse eleita. Mas, após assumir o poder, o seu governo afirmou que continuaria a manter os laços com Taiwan, por enquanto.

Embora, nos últimos anos, tenha perdido aliados, Taipé também intensificou os intercâmbios oficiais com países como a Lituânia e a Eslováquia, que não reconhecem formalmente Taiwan como um país.

Como parte da sua visita, Abdo reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, e participou numa conferência sobre igualdade do género com Tsai.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

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Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

16 Fevereiro 2023

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