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Presidenciais na Nigéria? Receios de violência mobilizam 400 mil agentes
As forças de segurança também estarão disponíveis em caso de protestos violentos, disse aos jornalistas o inspetor-geral da Polícia da Nigéria, Usman Baba.
“A polícia da Nigéria, com o apoio de outras agências de segurança, aperfeiçoou os planos de destacamento de forma coordenada e colaborativa”, afirmou.
O país prepara-se para eleger um novo presidente, numa altura em que é confrontada com uma miríade de problemas de segurança: uma insurreição extremista islâmica ligada ao grupo terrorista do Estado Islâmico no nordeste, rebeldes armados no noroeste e secessionistas no sudeste.
Os desafios de segurança trazem uma “ameaça crítica e grave à democracia da Nigéria”, segundo Bulama Bukarti, um membro sénior do Tony Blair Institute for Global Change.
“Os grupos armados não estatais vão fazer tudo o que puderem – usando todos os braços do seu arsenal – para que as eleições na Nigéria sejam perturbadas”, disse Bukarti.
Pelo menos dois agentes de segurança irão guardar cada uma das mais de 175.000 mesas de voto nos 36 estados do país, disse o chefe da polícia nigeriana.
No sudeste da Nigéria, uma série de ataques já visaram dezenas de gabinetes de comissões eleitorais e postos de segurança, levantando o receio de que os eleitores tenham medo de votar no dia das eleições. A região sudeste é o lar de um movimento separatista culpado pela recente violência.
“Tomámos medidas adequadas para marcar a nossa presença nessas áreas de muitas maneiras”, disse o chefe da polícia Usman Baba, acrescentando que mais agentes estão a ser destacados para lá e que serão utilizadas tendas no lugar dos gabinetes destruídos.
As forças de segurança da Nigéria estão também a antecipar a violência pós-eleitoral, uma vez anunciados os resultados.
“Estamos preparados para enfrentar qualquer situação que necessite de intervenção especial”, indicou.
O chefe da polícia exprimiu igualmente a sua preocupação com a atual escassez de dinheiro e gasolina em muitos estados nigerianos. Já houve protestos e ataques violentos aos bancos, e a situação pode significar mais trabalho para as forças de segurança já sobrecarregadas, afirmou.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Última Hora
17 Fevereiro 2023