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Partidos criticam falta de medidas para combater desigualdade de género
Na sua intervenção no debate parlamentar sobre “desigualdade de género no mundo laboral”, que decorreu hje de manhã a pedido do Bloco de Esquerda (BE), a deputada do PSD Lina Lopes caracterizou como paradigmática a desigualdade salarial entre homens e mulheres num “país de contrastes” como Portugal.
A deputada afirmou que a Agenda do Trabalho Digno foi uma “oportunidade perdida” pelo Governo de resolver a questão da desigualdade de género porque foi uma “lei aprovada em circuito fechado”, sem a “concertação social”.
“Os trabalhadores e os empregadores não foram ouvidos, apesar de serem parte interessada no processo”, criticou a social-democrata.
Já o líder do Chega, André Ventura, acusou o PS de “bipolaridade” por ter chumbado propostas do partido que visavam “apoiar empresas que queriam contratar mulheres com filhos até aos três anos” e fazer “contar o trabalho doméstico” para a reforma.
“Assumam, somos uma vergonha e falhámos às mulheres, é só isso. (…) Estamos a falhar em tudo, se estão a falhar em tudo qual era o problema de falhar em mais uma coisa, não havia problema nenhum, porque tem sido sempre assim”, criticou o líder do Chega.
A Iniciativa Liberal (IL) focou a sua intervenção na cultura laboral do país, a falta de respostas sociais aos idosos e pessoas com deficiências e em casos “onde as mulheres assumem o papel de cuidadoras, e acusou o Governo de ter “rebentado com o elevador social”.
“Estamos num país com uma taxa de pobreza que devia dar vergonha alheia ao Governo, que tem uma escola que não rompe com as desigualdades salariais e que cada vez se agrava mais”, criticou a deputada Carla Rocha.
À esquerda, os partidos centraram-se na precariedade laboral e nos baixos salários das mulheres em profissões com maior participação feminina.
“O Governo não está a fazer o que devia”, afirmou o líder parlamentar do BE, considerando que são necessárias “ações concretas que respondam” à questão das desigualdades.
O PCP lembrou, também, a predominância de mulheres em áreas como as das limpezas, em supermercados, administrações públicas ou enfermagem, referindo que são áreas onde a precariedade é maior.
“O que têm em comum estas profissões? Quem são os inimigos da igualdade? Os inimigos da igualdade são aqueles que põem estas profissões a serem mal pagas, estas mulheres a terem um trabalho com pouca segurança, com precariedade”, afirmou Alma Rivera.
A deputada Marta Freitas, do PS, assinalou, por sua vez, que foi um Governo socialista que publicou “a primeira lei de quotas de género no mercado de trabalho” para promover “o acesso de mulheres a cargos de direção”.
A deputada salientou igualmente as medidas que têm vindo a ser implementadas pelo atual executivo.
Rui Tavares, deputado único do Livre, apelou a um acordo para que as mulheres “que já ficaram para trás” sejam beneficiadas com medidas “de discriminação positiva” para atenuar as desigualdades.
Inês Sousa Real, do PAN, considerou que a Agenda do Trabalho Digno não é suficiente e que “não vai ao encontro daquilo que tem sido feito noutros países”.
Em resposta, a secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Rodrigues, reconheceu o “muito trabalho” que há por fazer nesta matéria, mas notou não se pode “perder de vista o que foi o percurso de Portugal” nos últimos anos.
“A verdade é que foi com os governos do PS que se aprovou a lei sobre a igualdade salarial entre homens e mulheres, lei essa que permite a transparência, conhecimento e a divulgação dos resultados que nos permitem estar aqui hoje a fazer esta análise”, destacou.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica
14 Abril 2023