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Paquistanês acusado de blasfémia morto por multidão em público

Paquistanês acusado de blasfémia morto por multidão em público

Um homem paquistanês, que estava detido numa esquadra na província de Punjab, foi morto este sábado por uma multidão que invadiu o local e o executou em plena praça pública, denunciando-o por alegada blasfémia.

Segundo conta a Associated Press, o homem, identificado apenas como Waris, tinha sido detido por vandalizar o Corão, tirando fotos de si e da sua mulher com uma faca e com o livro sagrado islâmico destruído.

O incidente ocorreu na cidade de Warburton, localizada perto da fronteira com a Índia.

A blasfémia é um crime punido com pena de morte no Paquistão, mas a população local não quis esperar pelo julgamento. Este sábado, centenas de pessoas invadiram e tomaram a esquadra de Warburton, chegando mesmo a subir pelas janelas com escadas de madeira.

Waris foi então retirado da sua cela e agredido pelos presentes e, “quando os reforços policiais chegaram ao local, a multidão tinha morto o homem e estava prestes a queimar o seu corpo”, contou uma autoridade local à Associated Press. Alguns cidadãos “mais sãos” também ajudaram a polícia.

O primeiro-ministro paquistanês, Shahbaz Sharif, condenou o incidente e pediu consequências para os agentes que não impediram a morte do detido enquanto estava sob a proteção da polícia e aguardava julgamento.

Várias organizações não-governamentais têm alertado que as acusações de blasfémia são muitas vezes acusadas pelo governo ou por autoridades locais para intimidar minorias religiosas, causando medo e impedindo assim protestos e reivindicações por parte desta população.

Waris já tinha sido detido em 2019 por outra acusação de blasfémia e esteve preso até 2022.

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Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

11 Fevereiro 2023

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