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"Os partidos à direita do PS não são capazes de se entender”

"Os partidos à direita do PS não são capazes de se entender”

Vasco Cordeiro é novamente cabeça de lista do Partido Socialista (PS) a presidente do Governo dos Açores nas eleições regionais, que, no próximo domingo, dia 4 de fevereiro, decidem o horizonte do arquipélago.

Depois de oito anos a ‘comandar’ os destinos dos Açores, em 2020, o socialista perdeu a maioria absoluta, o que levou a que o ‘leme’ da região passasse, pela primeira vez em duas décadas, para as mãos da Direita, através de uma coligação constituída por PSD, CDS-PP, PPM, Chega e Iniciativa Liberal, que caiu tapume de três anos depois de tomar posse.

Apesar de já ter ocupado oriente função durante dois mandatos e de nos últimos três anos ter sido deputado da oposição, Vasco Cordeiro acredita que os açorianos não estão cansados da sua imagem e assegura que ainda tem muito para dar à região, com programas e iniciativas renovadas.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, concedida por e-mail, o socialista defende que as ilhas açorianas sofreram uma acentuada “degradação” nos últimos três anos e que isso unicamente se deve “àqueles que se uniram, sem projeto nem visão para a região”.

Sobre a possibilidade de não ter novamente maioria absoluta, Vasco Cordeiro garante que, tal porquê o PS/Açores sempre fez, “respeitará o mandato que lhe for dado pelo povo”, recusando, para já, fazer previsões sobre o seu “futuro pessoal e político”.

Já sobre a política vernáculo, o presidente do PS/Açores, afiança que o resultado das eleições regionais não são “balão de ensaio” para as legislativas. Porém, além da sua eleição, acredita também na vitória de Pedro Nuno Santos, que crê ser “a pessoa certa para implementar as mudanças necessárias no PS mas, sobretudo, em Portugal”.

Saliente-se que a entrevista a Vasco Cordeiro foi realizada antes de uma crise política se ter instalado também na Região Autónoma da Madeira.

Em outubro de 2020, o PS perdeu a maioria absoluta nos Açores pela primeira vez em 20 anos, o que levou a uma coligação de Direita na região. Sentiu-se responsável por isso?

O PS venceu as eleições regionais de 2020 e não lhe foi permitido formar governo, porque cinco partidos, derrotados nas urnas, se uniram com o único propósito de não o permitir. É óbvio que o PS sabe que não fez tudo muito e, logo na noite dessas eleições, reconheceu que os açorianos queriam mais diálogo e novas soluções e apresentámo-las, mesmo na oposição, e agora num novo programa eleitoral. Agora, a responsabilidade do estado em que a região se encontra só pode ser assacado àqueles que se uniram, nestes três anos, sem projeto nem visão para a região.

Voto no PS é um voto que não abrirá portas a populismos, extremismos e demagogias

Não receia que, de alguma forma, a sua imagem acuse qualquer cansaço fruto dos anos em que esteve primeiro do Governo Regional? Ao mesmo tempo, os açorianos manifestaram vontade de mudança nas últimas eleições. O que tem agora para oferecer de dissemelhante face aos seus anteriores governos?

O PS apresenta-se a estas eleições renovado. Renovado nas suas listas e, mais importante, renovado nas suas propostas para fazer face aos problemas com que os açorianos se confrontam no seu dia a dia, porquê a perda e esmagamento dos rendimentos das famílias, de todos os estratos sociais, no entrada à saúde, na melhoria dos indicadores da instrução e, sobretudo, dos indicadores sociais, porquê a pobreza, exclusão ou desigualdade.

Já dissemos que mudaremos mesmo programas e iniciativas de que o PS foi responsável e que precisam de atualização, e que oriente Governo não foi capaz nem de perceber, quanto mais fazer. Mas sobretudo o que oferecemos é segurança, firmeza, a certeza de que um voto no PS é um voto que não abrirá portas a populismos, extremismos e demagogias e que, no dia seguinte, será o PS a força motriz da governação e da melhoria do dia a dia dos açorianos.

O que acha que mudou no arquipélago nestes três anos de governação à Direita?

Os dados estão aí e são muito claros. Houve uma enorme degradação das contas públicas da região e da capacidade de o Governo Regional prover às necessidades dos açorianos – na saúde, no suporte à cultura, no suporte ao investimento à economia privada. E, ao mesmo tempo, uma degradação de alguns indicadores sociais que voltam a colocar os Açores em vários tristes pódios ao nível do desenvolvimento humano, por confrontação com o restante país e mesmo no quadro da UE. É isso que importa modificar, com urgência.

Surpreendeu-lhe a queda do Governo Regional?

Não creio que nem mesmo o Governo Regional tenha sido surpreendido. Na verdade foram os partidos que compõem o atual Governo Regional que foram, paulatina, mas seguramente, acicatando os seus parceiros parlamentares, desprezando a firmeza e tentando vitimizar-se por decisões e omissões que foram e são da sua exclusiva responsabilidade. O PS não foi, nem é responsável pela queda do Governo. O PS foi oposição ao Governo.

O que os açorianos sabem destes três anos é que os partidos à direita do PS não são capazes de se entender e que, em alguns casos, se se entendessem isso significaria um enorme retrocesso para os Açores

Teme que os açorianos não voltem a dar uma maioria absoluta ao PS nas eleições de 4 de fevereiro e que isso possa dar lugar a um novo governo de Direita?

O que os açorianos sabem destes três anos é que os partidos à direita do PS não são capazes de se entender e que, em alguns casos, se se entendessem isso significaria um enorme retrocesso para os Açores em algumas políticas que nos têm distinguido enquanto região, inclusive do ponto de vista da sustentabilidade e proteção ambiental.

O PS é a o único que apresenta uma proposta real, concretizável de segurança na fundura do voto e firmeza posteriormente o mesmo. Todas as “geometrias variáveis” dos partidos à direita do PS auto excluem-se e auto anulam-se. 

Se o PS lucrar as eleições nos Açores sem maioria absoluta está em cima da mesa dos socialistas açorianos uma associação à esquerda?

O PS respeitará o procuração que lhe for oferecido pelo povo dos Açores. Porquê sempre fez. 

Queremos voltar a controlar as contas públicas e ter ‘contas certas’ que é um tanto que a Direita se mostrou totalmente incapaz de fazer 

E se perder as eleições, abandona o função de líder do PS Açores?

Nesta fundura o que está em pretexto é apresentar as melhores soluções para as questões que afetam os açorianos, as suas preocupações e ensejos para o horizonte, e os protagonistas que estão mais muito preparados para as executar. O demais, inclusive o meu horizonte pessoal e político, não é agora relevante.

Recentemente, antes de o Governo Regional desabar, apresentou várias propostas para ajudar as famílias açorianas numa fundura de dificuldades, entre as quais a geração de um suporte para as famílias que têm filhos a estudar fora da sua ilhota de residência ou no continente, e “prolongar” o CreditHab. Estas são medidas que promete implementar se for eleito?

Sim, estas e outras medidas estão incluídas na novidade proposta do PS para o seu programa eleitoral, assim porquê outras, que têm porquê objetivo médio, no presente contexto, desenvolver uma política de valorização transversal dos rendimentos dos açorianos – naquilo que designamos de Agenda para a Valorização do Capital Humano.

O PS respeita muito a autonomia regional para encontrar que a campanha e as eleições são palco ou “balão de ensaio” para os seus líderes nacionais

Quais serão as suas prioridades se for eleito novamente presidente do Governo Regional dos Açores?

A Agenda para a Valorização do Capital Humano é um aspeto fundamental desta novidade proposta que incide quer sobre os aspetos da valorização da formação profissional, assim porquê de um novo convenção para os rendimentos, CCCC, a desenvolver com os parceiros sociais, e uma valorização da Gestão Pública Regional, sem olvidar apoios sociais àqueles que deles mais necessitem e uma revalorização do sucesso educativo porquê pedra angular do desenvolvimento da região.

Há depois um conjunto de propostas setoriais no suporte aos nossos setores produtivos principais – Lavoura e Pescas – a braços também com perdas de rendimentos e de incremento do Turismo, mas com regras e sustentabilidade, que nos propomos a desenvolver na próxima legislatura. Mas a exigência prévia, necessária, para podermos continuar a salvaguardar a capacidade da autonomia funcionar em prol dos açorianos, é voltar a controlar as contas públicas e ter “contas certas” que é um tanto que a Direita se mostrou totalmente incapaz de fazer.

Salientou, também recentemente, que é preciso restaurar o “ritmo de progresso nos Açores”. O que queria proferir com isto? Porquê pretende fazê-lo em cada uma das nove ilhas do arquipélago?

Oriente governo congelou o investimento público e atrasou a capacidade de investidores, instituições, empresários e setores produtivos acederem ao maior montante de fundos comunitários alguma vez posto ao dispor da região. Isso significou que, em todas as nossas ilhas, a maioria dos investimentos públicos executados tenham sido projetados, lançados ou mesmo iniciados ainda pelo governo do PS. Pois a verdade destes três anos, as condicionantes internas e externas, exigiam que se tivesse avançado mais e mais depressa. É isso que o PS fará, reforçando as equipas da Gestão Pública Regional adstritas à gestão e realização dos fundos comunitários, desburocratizando e simplificando o entrada e ajudando entidades, empresas e instituições a dar um novo impulso à realização de projetos estratégicos para a região, inclusive ao nível das infraestruturas. 

Pedro Nuno Santos é a pessoa certa para implementar as mudanças necessárias no Partido Socialista mas, sobretudo, em Portugal

Acha que o resultado das eleições nos Açores vai influenciar as legislativas?

Não. O PS respeita muito a autonomia regional para encontrar que a campanha e as eleições são palco ou “balão de ensaio” para os seus líderes nacionais ou as ambições de alguns líderes nacionais.

Porque é Pedro Nuno Santos o candidato ideal e que apoiou na corrida às eleições internas do PS?

Apoiei e suporte o Pedro Nuno Santos pela norma, avidez e sentido de horizonte que demonstra ter. É a pessoa certa para implementar as mudanças necessárias no Partido Socialista mas, sobretudo, em Portugal. E além dessas capacidades inquestionáveis que sei que o secretário-geral do PS tem, verifiquei com jubilidade a postura de sentido de Estado que demonstrou no Partido Socialista, quer na formação das listas para os órgãos nacionais, quer na elaboração das listas de deputados a apresentar nas próximas eleições, ou seja, listas sem sectarismos ou revanchismos desnecessários, mas com uma grande preocupação de unir o partido e de se concentrar em mobilizar o PS e o país para um projeto de horizonte. Isso só reforça a grande persuasão que tenho de que é o varão notório para o função de primeiro-ministro.

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Manancial : Notícias ao Minuto – Politica  

30 Janeiro 2024

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