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Oposição acusa Governo de incompetência. Ministro rejeita "inação"

Oposição acusa Governo de incompetência. Ministro rejeita "inação"

Num debate de atualidade requerido pelo PCP sobre o “início do ano letivo do ensino básico e secundário e no ensino superior” – que contou com a participação dos ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – o deputado do PSD António Cunha considerou que o que está a acontecer nas escolas é “uma desgraça”.

“Quem anda na escola sabe que há falta de professores, que os professores estão sobrecarregados de burocracia, que o Governo é intransigente e não respeita os professores… Os senhores vieram aqui fazer um retrato fantástico sobre aquilo que se está a passar, mas há três anos letivos consecutivos que há falta de professores!”, criticou.

Na mesma linha, o deputado do Chega Pedro Frazão acusou o ministro João Costa de “total incompetência para resolver os problemas da educação”, abordando em particular a temática dos alunos estrangeiros nas escolas portuguesas.

“Existem agrupamentos de escolas com mais de 20% de alunos estrangeiros. (…) Nestas escolas, a discriminação é total, os alunos estrangeiros são discriminados e a prova disso é que têm resultados escolares muito mais baixos do que os alunos portugueses”, referiu.

A deputada da IL Carla Castro considerou que houve “falta de planeamento e de perspetiva” na preparação do ano letivo, acusando o executivo de “estar a desgovernar a educação, a delapidar o motor do desenvolvimento individual, do elevador social”.

Antecipando estas críticas, o deputado do PS Porfírio Silva reconheceu que “há problemas” na educação, mas referiu que o Governo está a “tratar de os resolver”, apresentando estatísticas segundo as quais, entre 2015 e 2022, a percentagem de jovens entre os 25 e os 34 anos que concluíram o ensino superior “subiu de 33% para 44%”, enquanto os que não concluíram “desceu de 33% para 17%”.

“A oposição de direita o que faz é repetir que governamos há oito anos e ainda assim, vejam lá, existem problemas no país. É uma espécie de raciocínio típico de quem nunca assumiu responsabilidades governativas ou de quem assumiu mas já se esqueceu do que isso significa”, criticou.

No entanto, também à esquerda o Governo foi alvo de críticas. Pelo PCP, a deputada Alma Rivera referiu que há atualmente 90 mil alunos sem professor a uma disciplina, considerando que a situação é “absolutamente urgente, preocupante” e o Governo “não está a conseguir mitigar os problemas”.

Já a deputada do BE defendeu que a falta de professores nas escolas “não resulta de nenhum boicote, de nenhuma sabotagem à ação do ministro, nem de uma catástrofe natural”: “O senhor ministro não é figurante do estado de coisas. O senhor ministro tem o papel principal nesta história”, acrescentou.

A deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, perguntou ao ministro que “medidas extraordinárias” tem previstas para que os alunos que estão atualmente sem professor possam recuperar aprendizagens.

Já o deputado do Livre, Rui Tavares, propôs que os ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior desenvolvam um programa conjunto para que os alunos do ensino secundário que queiram seguir a carreira docente possam ter “vantagens específicas”, como a isenção de propinas no ensino superior.

Em resposta a estas críticas, o ministro da Educação recusou que tenha havido “qualquer falta de planeamento ou de inação” desde que os governados liderados por António Costa assumiram funções.

“Aquilo que temos feito ao longo destes oito anos é conhecido: fez-se o recenseamento, a devolução de rendimentos, o descongelamento das carreiras. Começou-se um caminho de combate à precariedade: neste período, são já 22.500 professores que vincularam desde 2016 até agora. Isto é resolver problemas”, disse.

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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica  

22 Setembro 2023

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