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ONG estima perdas em dez dias de paralisações em Moçambique
“A perda total estimada para a economia em dez dias de manifestação é de 24,5 mil milhões de meticais, o que representa 2% do PIB [Produto Interno Bruto] total estimado para 2024”, lê-se num item do CIP sobre o “Impacto económico da fraude eleitoral em Moçambique”, enviado hoje à informação social.
Em motivo está uma série de paralisações de atividades e manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais que dão vitória à Daniel Chapo e à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder).
As manifestações, maioritariamente violentas, deixaram um rastro de devastação na capital Maputo, com registo de mortos, feridos, detidos, infraestruturas destruídas e estabelecimentos comerciais saqueados, sobretudo em 07 de novembro.
Segundo o CIP, os setores de transacção e serviços de reparação, transporte, armazenamento, informação e comunicações, hotéis e restaurantes, serviços financeiros e impostos sobre produtos foram os mais afetados pelas manifestações, com perdas totais de muro de 14,9 milénio milhões de meticais (219 milhões de euros) ou seja, 61% das perdas estimadas no estudo.
Para o CIP, somados os 24,5 milénio milhões de meticais de perdas, ao dispêndio do escrutínio deste ano, 19 milénio milhões de meticais (279 milhões de euros), leste ciclo eleitoral pode simbolizar um impacto reunido “superior a 3% do PIB”, tornando-se nas eleições “mais caras da história de Moçambique”.
Apesar de superar a zero das instituições, o item do CIP tem uma vez que base os dados avançados pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e pela Mando Tributária do país, a quem recomenda transparência na estudo dos impactos económicos das paralisações.
“Recomenda-se que o Governo e a CTA adotem uma abordagem mais fundamentada e transparente na análise e na divulgação dos dados económicos”, lê-se no item, que faz menção à relevância das estimativas para a formulação de políticas públicas e planificação de empresas e investidores.
O Núcleo de Integridade Pública sugere ainda que o Tribunal Administrativo (TA) conduza uma auditoria independente das estimativas de perdas económicas e fiscais para que se tenha dados que reflitam “com precisão a realidade económica e fiscal do país”.
“Em tempos de crise torna-se essencial não apenas relatar perdas, mas comunicar de forma equilibrada e embasada de modo a manter a confiança pública e dos investidores”, conclui o CIP, considerando que as alegações de fraude eleitoral e a instabilidade política podem afetar de forma significativa a economia moçambicana.
Depois protestos nas ruas que paralisaram o país em 21, 24 e 25 de outubro, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação universal de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma revelação concentrada em Maputo na quinta-feira, 07 de novembro, que provocou o caos na capital, com diversas barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia.
Venâncio Mondlane anunciou na quinta-feira que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.
Pelo menos três pessoas foram mortas e 66 ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e a polícia na quinta-feira, oitavo dia das greves convocadas por Venâncio Mondlane, anunciou o Hospital Médio de Maputo (HCM), maior unidade sanitária do país.
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11 Novembro 2024