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"O surto de mpox ainda está ativo". Eis o que deve saber sobre a doença

"O surto de mpox ainda está ativo". Eis o que deve saber sobre a doença

A Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou, esta sexta-feira, para a prevalência do surto de mpox, que continua ativo a nível mundial.

“O surto de mpox continua ativo”, escrevem os responsáveis numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma publicação, a entidade reencaminha para o sue site, onde é possível esclarecer algumas dúvidas quanto a este vírus.

O que é a mpox?

“A mpox é uma doença zoonótica, o que significa que se pode transmitir de animais para humanos, para além da transmissão entre pessoas que se tem verificado no surto detetado em maio de 2022”, lê-se na nota, que dá conta do termo “varíola dos macacos”, que foi primeiramente utilizado nesta situação. O termo “não se refere à infeção humana, mas sim à infeção nos animais. De referir que não se trata de varíola, doença humana que foi erradicada em 1980”, explicam.

Sinais e sintomas

Exantema (lesões na pele ou mucosas);
Queixas ano-genitais (incluindo úlceras);
Febre (>38,0ºC);
Dores de cabeça;
Cansaço;
Dores musculares;
Gânglios linfáticos aumentados, poucos dias antes da erupção de lesões que atingem pele e mucosas ou em simultâneo. 

“As lesões na pele ou mucosas começam por ser manchas planas (máculas), depois com relevo (pápulas), tornam-se vesículas com conteúdo líquido claro ou amarelado, pústulas geralmente umbilicadas e, finalmente, formam-se úlceras e crostas que mais tarde secam e acabam por cair”, detalham.

As lesões cutâneas podem estar localizadas numa determinada região do corpo ou generalizadas, “atingindo habitualmente a face e boca, membros superiores e inferiores ou região ano-genital”. O número de lesões é variável de pessoa para pessoa.

Quando aparecem os primeiros sintomas?

Se uma pessoa estiver infetada, os sintomas ou sinais da doença podem aparecer entre 5 e 21 dias após exposição ao vírus.

O diagnóstico

A avaliação clínica é feita por um médico para identificação de sinais e sintomas que não sejam explicados por outras causas. O diagnostico é também feito a partir de análises clínicas para pesquisa do VMPX por PCR em amostras específicas para confirmação laboratorial.

E se tiver tido contacto próximo com alguém com mpox?

Após a exposição a uma pessoa com infeção, e na ausência de sinais ou sintomas, deve-se, durante 21 dias:

Estar atento ao surgimento de qualquer sintoma geral ou lesão cutânea ou mucosa;
Evitar o contacto físico próximo, incluindo relações sexuais (durante 21 dias);
Lavar as mãos com mais frequência e reforce medidas gerais de higiene;
Avaliar a temperatura corporal duas vezes por dia.

Na presença de qualquer sinal ou sintoma, deve-se:

Ligar para o SNS 24 (808 24 24 24) ou;
Procurar os cuidados de saúde mais próximos que lhe permitam, de forma atempada, ter uma avaliação clínica e orientação para realização e análises laboratoriais;
Informar os profissionais de saúde da eventualidade de contacto físico próximo com uma pessoa infetada ou com suspeita de infeção.

Como se transmite?

“O vírus pode ser transmitido através de contacto físico próximo entre pessoas”, escreve a DGS, sublinhando que as lesões da pele e mucosas, o seu conteúdo líquido ou purulento e as crostas “são particularmente infeciosas”. Os outros fluidos corporais como secreções genitais e anais poderão conter vírus que poderão ser transmitidos. 

“A infeção humana pode ser transmitida de uma pessoa para outra através de contacto físico próximo, incluindo contacto sexual. Atualmente não se sabe se o vírus que causa a mpox pode ser transmitido através de sémen ou fluidos vaginais. Mas o contacto direto, pele com pele, com lesões, em práticas sexuais, pode transmiti-lo”, acrescentam.

Pode ocorrer reinfeção?

Não há, à data, evidência científica sobre a duração da imunidade adquirida nem sobre a reinfeção em pessoas recuperadas.

Qual a vacina disponível em Portugal e quem pode ser vacinado?

A única vacina que se encontra autorizada pelas autoridades do medicamento, a nível internacional, está disponível em quantidade limitada, devido à elevada procura gerada pela recente emergência internacional de Mpox, em 2022. Segundo explica a DGS, esta é uma vacina “contra a varíola, constituída por vírus Vaccínia modificado (Vacina de vírus Vaccinia Ankara, modificado vivo – MVA-BN), de modo a estimular o sistema imunitário, não provocando doença, com provas de elevada eficácia contra a Varíola e contra mpox e apresentando um bom perfil de segurança”

Apenas podem ser vacinadas pessoas que preencham os critérios para vacinação, que deverão contactar os locais de vacinação para agendamento da mesma. “Será efetuada uma avaliação do risco individual, por um profissional de saúde, tendo em conta os critérios específicos para vacinação pré-exposição e a vacinação pós-exposição”, notam.

Outras questões sobre a mpox, como os critérios para a vacinação podem ser esclarecidas aqui.

Os primeiros casos no país surgiram em maio do ano passado. A 22 de agosto de 2023 a Organização Mundial de Saúde (OMS) continuava a considerar que “o risco global é moderado, sendo-o também na Região Europeia”, com Portugal a liderar na região da Europa como dos países mais afetados. Apesar de na altura este tipo de infeção já não ser considerada como emergência sanitária, em agosto a OMS continuava a alertar para  “aumento de casos” do vírus, nomeadamente, em África e na Ásia. 

Leia Também: INSA defende rede de laboratórios para doenças como tuberculose ou Mpox

Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

3 Novembro 2023

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