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"Montenegro ganha sempre às expectativas. Começou com pé direito"
[[ 19:37 – 28/03/2024
Em relação ao modo como esta composição surpreendeu, o comentador falou sobre “a forma como Luís Montenegro conduziu este processo”. “Com grande segredo. Nem sempre no passado foi assim. O último do Governo foi quase quase todo conhecido antes de chegar ao Presidente da República. Mostra profissionalismo”, notou.
Também o perfil dos ministros foi para o comentador uma surpresa para todos, já que Montenegro desenhou uma “conciliação feliz entre experiência e novidade”. Marques Mendes exemplificou com alguns membros, falando em Manuel Castro Almeida, apontado como ministro Adjunto e da Coesão territorial, e que será “talvez o mais experiente”, dado que já fez parte de três executivos. “Ao lado tem Maria do Rosário Palma Ramalho [ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social], que é uma independente, académica com prestígio. Dalila Rodrigues [ministra da Cultura], também uma pessoa fora do aparelho político e partidário”, contrapôs.
Marques Mendes referiu ainda que uma outra surpresa diz reverência ao domínio do núcleo político do Governo, ou seja, “os ministros mais políticos”. “As pessoas que têm experiência política sabem uma coisa: quando o meio de um Governo político funciona muito, de modo universal, o Governo funciona muito. Quando o meio do Governo não funciona muito, o Governo também não funciona muito. Por isso é que é muito importante ter um núcleo político que seja muito harmonioso, possante e coeso”, explicou.
O social-democrata defendeu ainda que se nota pela escolha dos ministros para as “pastas-chave”, que se vê que é um Governo com “preocupação de trabalho intensivo”, ou seja: “De em poucos meses, produzir muito” – o que poderá ser decisivo das as circunstâncias supra referidas, tais porquê a questão de ser um Executivo minoritário. “Das duas uma: ou nos primeiros dois ou três meses cria uma boa impressão e pode durar dois anos – ou até mais, ou não cria uma boa primeira impressão e corre o risco de cair em novembro com o Orçamento”, justificou, sublinhando que esta surpresa era “mérito” de Montenegro.
E o ‘papel’ de Montenegro?
Perante esta surpresa “positiva”, Marques Mendes foi ainda confrontando com a possibilidade de o impacto ter sido causado pelas baixas expectativas existentes. “Também ajudou. Mas saber gerir expectativas em política é uma arte”, considerou.
Salientando que uma das qualidades de Montenegro – que “também tem defeitos” – se viu pela constituição do Governo, Marques Mendes considerou ainda que a ‘arte’ de Montenegro não ficou por cá. “Há uma qualidade [de Montenegro] que é muito importante, que é saber gerir expectativas. Tem sabido ao longo do tempo gerir muito bem expectativas. Ou as expectativas são baixas e ele sabe aproveitar. Ou então ele tem propositadamente baixado as expectativas e depois consegue superá-las. Atenção: isto é uma arte”, elogiou, dando o exemplo de quando Montenegro esteve “bem” nos debates antes das eleições, e “ninguém acreditava”. “Ninguém acreditava que ele fosse fazer uma grande campanha eleitoral. Superou as expectativas. Antes disso, todos achavam que ele não ia chegar sequer a umas eleições legislativas. Já é primeiro-ministro. Ele ganha sempre às expectativas. Começou com o pé direito”.
E a presidência rotativa da Parlamento da República?
Em relação à eleição para a presidência da Parlamento da República, que ficou resolvida com um conciliação de liderança rotativa entre o Partido Socialista e o PSD, Marques Mendes também teceu alguns comentários, considerando que o secretário-geral socialista Pedro Nuno Santos e José Aguiar-Branco “saíram bem”.
“Pedro Nuno Santos saiu muito bem ao fazer um acordo com Luís Montenegro para ultrapassar o impasse que foi criado”, considerou, explicando que a ação mostrou maturidade e sentido de responsabilidade. “Significa aquilo que eu acho: que muitas vezes fazer acordos com a o Governo não descaracterizam a Oposição, pelo contrário, reforçam a sua credibilidade”.
Considerando que Aguiar-Branco, eleito presidente do Parlamento para os primeiros dois anos, esteve “bem” durante o processo, referiu que o responsável “tem todas as condições para fazer um excelente lugar. tem estatuto, prestígio, capacidade de diálogo e busca de consenso”.
Por outro lado, o comentador criticou a forma porquê o processo que se desenrolou ao longo de dois dias. “Aquele espetáculo lamentável é das coisas mais degradantes que vi na Democracia portuguesa e no funcionamento da Assembleia da República em 50 anos. Sobretudo, foi um exercício de hipocrisia e dissimulação”, disse.
Marques Mendes apontou ainda o dedo ao comportamento do líder do Chega durante oriente processo, referindo: “Acho que milhares de eleitores do Chega não gostaram do que André Ventura fez. Faltou à palavra. Não honrou a palavra que deu publicamente. Acho que mesmo os eleitores do Chega não gostam disso, a não ser os seus fiéis”, apontou.
Mas também o PSD foi níveo de críticas, referindo que oriente “não agiu muito bem” e de “forma pouco profissional”.
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31 Março 2024