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Mais de 400 pessoas foram mortas em 24 horas na Faixa de Gaza

Mais de 400 pessoas foram mortas em 24 horas na Faixa de Gaza

A Faixa de Gaza teve um dos seus piores dias no que diz respeito a número de mortos na sequência de bombardeamentos israelitas, com as autoridades do ministério da saúde local a registarem um total de 436 pessoas mortas no espaço de apenas 24 horas. Destas, 182 são crianças.

Os dados foram avançados pelo governo local, que é liderado pelo braço político do Hamas. As autoridades dão conta ainda de que a maioria das novas mortes foram registadas no sul da Faixa de Gaza, que é precisamente a zona onde Israel ordenou que os palestinianos se deslocassem, após ter avisado que iria atacar mais consistentemente o norte da região.

No total, os números atualizados esta tarde apontam agora para pelo menos 5.087 mortos  – entre os quais 2.055 são crianças. Registaram-se também mais de 15 mil feridos.

O elevado valor de mortes infantis deve-se, em parte, ao facto de a população da Faixa de Gaza ser extremamente nova, dadas as difíceis circunstâncias sociais em que vivem os palestinianos (com graves dificuldades e deficiências humanitárias, impedidos de sair pelas forças israelitas, numa zona de grande densidade populacional). Dos cerca de 2,3 milhões de habitantes do enclave palestiniano, metade são crianças e mais de 40% têm menos de 14 anos.

Estima-se que o número de mortos pelos bombardeamentos israelitas continue a aumentar drasticamente, dadas as graves dificuldades sentidas pela população. Aos poucos, tem entrado ajuda humanitária através da passagem pelo Egito, em Rafah, mas a quantidade de ajuda é muito reduzida face à quantidade de pessoas em risco.

Esta segunda-feira, Israel confirmou que atingiu 320 alvos militares nas últimas 24 horas e confirmou também que foram levadas a cabo incursões terrestres no norte da Faixa de Gaza, com um confronto entre militantes do Hamas a resultar num soldado israelita morto.

Ao longo destas últimas duas semanas, após o ataque do Hamas no passado dia 7 de outubro, Israel implementou um “cerco total” à Faixa de Gaza, cortando todo o fornecimento de água, luz, combustível, comida e recursos médicos para a região, ocupada há cerca de duas décadas e cujo acesso e necessidades básicas já eram completamente controladas pelo exército israelita.

Desde então, várias organizações não-governamentais, incluindo a ONU, apontaram para a grave crise humanitária, com o cerco a deixar a população vulnerável. Os ataques a hospitais e a equipas médicas, além da falta de água e eletricidade, também estão a tornar imprevisível o trabalho dos profissionais de saúde.

A Faixa de Gaza faz parte dos territórios palestinianos ocupados, sendo gerido pelo governo do Hamas, um grupo fundamentalista, que se distanciou do governo da Autoridade Palestiniana na Cisjordânia. Aí, também tem havido cada vez mais pressão por parte da ocupação israelita, com o aumento dos colonatos israelitas ilegais, das operações policiais, das detenções arbitrárias e do controlo de grande parte da vida dos palestinianos a criar cada vez mais revolta, protestos e ataques por parte de colonos armados.

Leia Também: ONU volta a alertar que muitos hospitais em Gaza estão à beira do colapso

Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

23 Outubro 2023

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