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Jovens e forças de segurança envolvem-se em confrontos em Conacri
Vários bairros ao longo da estrada de Le Prince, que atravessa aquele subúrbio, foram palco de confrontos entre grupos de jovens, que atiraram pedras e montaram barricadas na estrada, e polícias militares e polícias, que tentaram dispersá-los com gás lacrimogéneo. Foram ouvidos disparos de armas.
Os confrontos terão começado na quarta-feira à noite.
A Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC), um grupo de defensores dos direitos cívicos, disse hoje que seis pessoas foram alvejadas, uma das quais estará em estado crítico.
A FNDC denunciou ainda a convocação pelas autoridades de unidades do exército como reforços.
“É uma situação preocupante para nós, e não compreendemos o que pode justificar tal decisão nesta fase”, afirmou o porta-voz da Organização Guineense de Defesa dos Direitos Humanos, Alseny Sall, citado pela agência France-Presse (AFP).
A FNDC convocou uma marcha para exigir a libertação de três dos seus líderes presos e de todos os prisioneiros detidos por razões políticas, bem como o rápido regresso dos civis ao poder. Os principais partidos, praticamente reduzidos à inação, apelaram também à mobilização.
A Guiné-Conacri é governada por uma junta militar que tomou o poder através de um golpe de Estado em 05 de setembro de 2021, num dos vários golpes semelhantes na África Ocidental nos últimos dois anos. A junta militar no poder proibiu todas as manifestações desde 2022.
Os militares, liderados pelo coronel Mamady Doumbouya, comprometeram-se a entregar o poder aos civis após a realização de eleições, no final de um período durante o qual dizem querer concluir um vasto conjunto de reformas.
A junta concordou, sob pressão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em limitar este período transitório a dois anos a partir de janeiro de 2023.
A oposição acusa a junta militar de ter tomado o poder e silenciado qualquer voz dissidente através de detenções de líderes políticos e da sociedade civil e do lançamento de investigações judiciais.
Os principais partidos recusam o diálogo com a junta militar sobre o conteúdo do chamado período de transição, nas condições estabelecidas pelas autoridades no poder em Conacri.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Última Hora
16 Fevereiro 2023