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"Governo e primeiro-ministro são campeões da cobrança de impostos"
O líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou, esta quinta-feira, que o aumento das taxas de juro é “altamente penalizador” para muitas famílias em Portugal e voltou ao pedir ao Governo que reduza a carga fiscal, defendendo que o país “tem todas as condições para baixar os impostos”.
“Não podemos estar, por um lado, a querer enfatizar a descida da taxa de inflação e, por outro lado, a insistir numa receita que, a partir de um determinado momento, começa a ter um efeito pernicioso”, começou por dizer Montenegro, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem da cimeira do grupo parlamentar Renovar a Europa.
“Em Portugal, o aumento das taxas de juro hoje é altamente penalizador para muitas famílias, em particular para aquelas que têm credito à habitação e já estão confrontadas com uma circunstância muito dramática de não ter meios para poder pagar as respetivas prestações“, acrescentou.
Por outro lado, na ótica de Montenegro, “há um Governo” que é campeão “na cobrança de impostos”.
“Não podemos esquecer-nos que em Portugal há um Governo e um primeiro-ministro que são uns campeões da cobrança de impostos. São aqueles que cumulam recorde, atrás de recorde“, afirmou.
Desta forma, o líder social-democrata pede que o primeiro-ministro olhe “para a situação”, num país que tem atualmente “baixos salários, uma carga de impostos” como nunca teve, agora gravada pelo “aumento dos custos associados às taxas de juro”, e faça ouvir “a sua voz”, aproveitando, nomeadamente, o Conselho Europeu.
“Portanto, convém que o Governo português, o primeiro-ministro português, possa olhar para a situação e fazer falar a sua voz. Ele, que tantas vezes prometeu que era preciso ter uma voz forte na Europa, tem aqui uma boa oportunidade, no âmbito do Conselho Europeu, de poder sensibilizar os seus congéneres para a necessidade de ter equilíbrio e, nomeadamente, salvaguardando o interesse da população e da economia portuguesa“, frisou.
O social-democrata ressalvou que “o estatuto independente do Banco Central Europeu (BCE) não está em causa”, mas que os Governos “têm posições e o Conselho Europeu deve ter posições” para expressar aos outros órgãos da UE e também ao BCE.
Neste seguimento, criticou o investimento dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Portugal.
“Eu vejo muitos países a investir os fundos do PRR para dinamizar a sua Economia, para alavancar estratégias de inovação, de conhecimento, de investimento na criação de riqueza. E olhamos para Portugal e vemos uma estratégia completamente contrária que não tem nenhuma similitude em nenhum outro Estado-membro, que é alocar ao investimento publico a grande parte dos meios financeiros que estão à nossa disposição. Enquanto outros estão a revitalizar as suas Economias, nós estamos a recuperar o tempo perdido, sete anos de desinvestimento nos serviços públicos e isso vai ter um preço e vai ter uma fatura pagar-se no futuro“, apontou.
Interrogado sobre o facto de Christine Lagarde, presidente do BCE, ter dito que é tempo de os Governos recuarem nos apoios, Montenegro contrariou e pediu ao Governo que baixe os impostos.
“Creio que em Portugal temos todas as condições para ter um pacote de ajuda vigoroso, por uma razão objetiva, mas é uma particularidade de Portugal: nós estamos a cobrar em impostos e contribuições mais do que o muito, que já era um recorde, que estava previsto no Orçamento do Estado”, disse.
“O Estado vai acumular um excedente, uma almofada financeira, que obviamente deve ser colocada ao serviço daquilo que são as dificuldades quotidianas que as pessoas e as empresas sentem. Em Portugal, em particular, o Estado está a cobrar impostos a mais, o Estado tem todas as condições para baixar os impostos e para retribuir a sociedade do esforço que ela tem feito no pagamento precisamente dessa carga fiscal”, rematou.
[Notícia atualizada às 11h34]
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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica
29 Junho 2023