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Frelimo rejeita ter feito fraude eleitoral

Frelimo rejeita ter feito fraude eleitoral

“Nós não fizemos fraude, trabalhámos para ganhar estas eleições”, afirmou Verónica Macamo, mandatária da Frelimo na Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Macamo, que é também ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, falava aos jornalistas, após a CNE anunciar que o partido venceu em 64 das 65 autarquias do país, à exceção da Beira, conquistada pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido.

“É óbvio que estamos satisfeitos com os resultados anunciados”, enfatizou a mandatária da Frelimo na CNE.

Verónica Macamo defendeu que a contestação aos resultados das eleições pela oposição “tem sede própria” e “está a seguir a tramitação prevista na lei”.

“Nós, como partido Frelimo, temos apenas um apelo a fazer: que todos fiquemos serenos e deixemos os órgãos trabalhar”, sublinhou Macamo.

A política afirmou que os autarcas do partido vão trabalhar para a melhoria das condições de vida das populações dos seus territórios.

A CNE de Moçambique anunciou hoje a vitória da Frelimo em 64 das 65 autarquias do país, enquanto o MDM, terceiro maior partido, ganhou apenas na Beira.

O presidente da CNE, Carlos Matsinhe, que leu a ata dos resultados, afirmou que oito membros do órgão votaram a favor do apuramento geral do escrutínio, cinco contra e dois se abstiveram.

Matsinhe reconheceu que “a centralização e apuramento” dos resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro “suscitaram acesos debates na CNE”, tendo havido “divergências de opinião” sobre “irregularidades e ilícitos” relatados ao longo do processo.

De acordo com a legislação eleitoral moçambicana, os resultados do escrutínio ainda terão de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional (CC), máximo órgão judicial eleitoral do país.

Partidos da oposição, sobretudo a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, têm promovido, um pouco por todo o país, marchas de contestação aos resultados das eleições de 11 de outubro, juntando milhares de pessoas que denunciam uma alegada “megafraude” no escrutínio.

Em Maputo, tribunais distritais anularam o escrutínio nalguns postos de votação, alegando várias irregularidades, com destaque para a falsificação de editais.

Dos 65 municípios, pelo menos dois tinham já anulado, por decisão de tribunais, o escrutínio naquelas autarquias devido às alegadas irregularidades, nomeadamente Cuamba, na província do Niassa, e Chokwé, na província de Gaza, uma decisão classificada como histórica, embora tenha sido invalidada pelo Conselho Constitucional, que entende que os tribunais distritais não possuem competências para anular escrutínios.

Na quarta-feira, os presidentes da Renamo, Ossufo Momade, e do MDM, Lutero Simango, asseguraram que vão lutar “juntos para poder salvar a democracia”, insistindo que as eleições autárquicas do dia 11 foram o “cúmulo” da fraude eleitoral.

Hoje, o candidato da Renamo em Maputo, Venâncio Mondlane, afirmou que o anúncio de vitória da Frelimo na capital moçambicana e praticamente em todos os municípios foi o “homicídio da democracia” e convocou uma “megaconcentração” para sexta-feira.

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Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

26 Outubro 2023

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