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Embaixadores europeus no Irão boicotam aniversário da República Islâmica

Embaixadores europeus no Irão boicotam aniversário da República Islâmica

Durante o discurso do Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, perante os embaixadores residentes, foi possível observar inúmeros lugares vazios, segundo a transmissão da televisão estatal iraniana.

“Nenhum [embaixador de países-membros] da União Europeia (UE), excetuando a Hungria e a Polónia, esteve presente na cerimónia que assinalou o dia da Revolução Islâmica”, confirmou o grupo ativista 1500tasvir na rede social Twitter.

Este grupo de ativistas fez inúmeros apelos nos últimos dias para que os diplomatas dos países da UE não comparecessem aos atos comemorativos do 44º aniversário da Revolução Islâmica de 1979, que pôs fim a 2.500 anos de monarquia na Pérsia e é comemorado no início de fevereiro.

“Precisamos da sua solidariedade com a revolta iraniana pela liberdade e com as famílias das vítimas da República Islâmica. Assim, pedimos ao seu governo que #BoycottIRIDay completamente”, pediu este grupo a vários ministros dos Negócios Estrangeiros e outros altos funcionários dos países nas redes sociais.

Muitos iranianos usaram a ‘hashtag’ #BoycottIRIDay para fazer o mesmo apelo contra a repressão aos protestos desencadeados pela morte em setembro de 2022 de Mahsa Amini, depois desta jovem de 22 anos ter sido detida pela polícia de costumes por não usar o véu islâmico corretamente.

A repressão das manifestações no Irão já provocou quase 500 mortos e 20.000 detenções, das quais várias centenas de pessoas foram condenadas a penas de prisão e 17 foram sentenciadas à morte.

Até agora quatro manifestantes foram executados, um deles em público, o que fez com que os protestos perdessem significativamente a sua força.

As manifestações desgastaram ainda mais as difíceis relações entre o Irão e os países ocidentais, provocando a troca de acusações, sanções e até ameaças.

Teerão acusou os países ocidentais de fomentarem os protestos, que há quatro meses pedem o fim da República Islâmica.

A UE, os Estados Unidos e o Reino Unido, entre outros, denunciaram a repressão do regime iraniano e principalmente as execuções dos presos condenados em julgamentos definidos como “farsas” pelas organizações de direitos humanos.

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Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

9 Fevereiro 2023

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