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De Paris a Berlim. Protestos pró-Israel ou pró-Palestina multiplicam-se

De Paris a Berlim. Protestos pró-Israel ou pró-Palestina multiplicam-se

Cerca de 15 mil manifestantes, segundo uma estimativa da polícia, reuniram-se em Paris para exigir o fim das operações militares israelitas em Gaza, a pedido de um coletivo que reúne 40 organizações, incluindo grupos palestinianos e muçulmanos, associações de paz, sindicatos de trabalhadores e estudantes e partidos de esquerda.

“Israel assassinos, Macron cúmplice”, “não há paz sem descolonização” – os participantes deste comício organizado na praça da República multiplicaram ‘slogans’ pró-Palestina, segundo a descrição da agência France Fresse (AFP).

O coletivo “Por uma Paz Justa e Duradoura entre Palestinianos e Israelitas”, que promoveu a concentração, colocou uma faixa na base da estátua da República, apelando à França para “solicitar um cessar-fogo imediato” e “parar o massacre em Gaza.

“Não é preciso ser palestiniano para ser afetado pelo que está a acontecer. Para mim, este tipo de reunião é um sinal de desespero”, disse à AFP Maya, uma estudante que se manifestou com amigos. “O governo [francês] tem um papel a desempenhar diplomaticamente. Deve assumir posições mais firmes e não agir em apoio a Israel”, declarou.

“Macron dá a Israel licença para matar”, condenou, por sua vez, o presidente da Associação de Solidariedade França-Palestina (AFPS), Bertrand Heilbronn.

Quanto aos ataques do movimento islamita Hamas de 07 de outubro contra solo israelita, “a emoção é legítima”, mas “a sua exploração é criminosa ao servir para justificar uma guerra de eliminação que o Estado de Israel está a travar contra o povo palestiniano”, acrescentou.

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, ordenou a proibição de todas as manifestações pró-Palestina, mas posteriormente foi determinando que os pedidos são analisados localmente, caso a caso.

Também em Paris, para hoje estava agendada uma concentração, promovida pela União de Estudantes Judeus de França, para exigir a libertação de reféns israelitas pelo Hamas, uma ação semelhante à que decorreu numa vigília em Trafalgar Square, em Londres, onde os participantes seguraram cartazes com imagens de reféns e desaparecidos, gritando “tragam-nos para casa”.

As manifestações de hoje ocorreram um dia depois de dezenas de milhares de manifestantes pró-Palestina — 100 mil segundo estimativas da polícia — marcharem pela capital britânica para exigir que Israel pare o seu bombardeamento de Gaza, lançado em resposta à incursão brutal do Hamas.

Na capital alemã, milhares de pessoas manifestaram-se para mostrar oposição ao antissemitismo e o apoio a Israel, levando bandeiras israelitas ou cartazes com fotos de algumas pessoas dadas como desaparecidas ou mantidas como reféns pelo movimento islamita.

A concentração, organizada por uma ampla união de organizações, ocorre num momento em que os incidentes antissemitas têm aumentado na Alemanha, após a violenta escalada da guerra no Médio Oriente.

Os organizadores estimaram que mais de 20 mil pessoas participaram na manifestação, enquanto a polícia calculou o número em metade.

“É insuportável que os judeus vivam novamente com medo hoje no nosso país”, disse o Presidente Frank-Walter Steinmeier aos manifestantes reunidos em frente às Portas de Brandemburgo, em Berlim.

As autoridades alemãs proibiram no sábado uma concentração pró-palestiniana sob o lema “Paz no Médio Oriente”, que estava prevista para hoje, considerando que existia o perigo de incitamentos antissemitas e à violência, bem como qualquer evento substituto até 30 de outubro.

Na Bélgica, uma multidão estimada em 12 mil pela polícia reuniu-se em frente às instituições da União Europeia, em Bruxelas, numa manifestação organizada por grupos que incluíam sindicatos, organizações cristãs e movimentos de solidariedade árabes.

Vários milhares de pessoas saíram igualmente às ruas em Sarajevo, algumas comparando a situação em Gaza com o sofrimento dos bósnios, que são maioritariamente muçulmanos, durante a guerra no país entre 1992 e 1995.

“O que está a acontecer em Gaza é simplesmente um desastre humano. Punição coletiva. Crimes de guerra. Estas coisas têm de ser chamadas pelo seu nome”, disse, citado pela Associated Press, Nabil Nasser, um médico palestiniano que trabalhou em Sarajevo durante a guerra da Bósnia.

Centenas de pessoas também se manifestaram na capital da Sérvia, Belgrado, e em Podgorica, capital do vizinho Montenegro.

O conflito entre Israel e o Hamas já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis.

Leia Também: Manifestações saem às ruas em várias cidades em apoio à Palestina

Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

22 Outubro 2023

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