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China vai aumentar pressão sobre ‘airdrop’ e ‘bluetooth’ após protestos

China vai aumentar pressão sobre ‘airdrop’ e ‘bluetooth’ após protestos

O governo chinês vai intensificar o seu controlo sobre as ferramentas de partilha de ficheiros no país, especialmente sobre o ‘bluetooth’ e o ‘airdrop’ (ferramenta da Apple), como resposta aos protestos pró-democracia do ano passado em que os manifestantes se organizaram com a ajuda desses recursos.

Segundo conta a CNN Internacional, o regulador digital do país, a poderosa Administração do Ciberespaço da China, vai implementar novas regras que limitam o uso de ambos os sistemas de partilha. O rascunho proposto diz que o objetivo é “manter a segurança nacional e os interesses sociais públicos”, apontando que isso passa por regular o uso de comunicação sem fios a curta distância.

Entre as medidas está a proibição de publicar ou partilhar informações “ilegais ou danosas” nestas redes, tendo o dever de as denunciar.

A iniciativa surge depois de os protestos de outubro de 2022 terem alterado significativamente a forma como o regime de Pequim controla a sua população. Se, antes, a China já usava uma série de ferramentas para controlar a liberdade de expressão, de imprensa e a vida social dos chineses, as manifestações espontâneas contra Xi Jinping e a favor da democracia causaram uma forte reação por parte das autoridades, especialmente em regiões onde esse descontentamento é maior, como Hong Kong.

Na altura, a VICE documentou a forma como os residentes chineses usaram o ‘airdrop’ para espalhar panfletos e imagens para um raro protesto, no dia 13 de outubro. No dia seguinte, Xi Jinping foi eleito para um terceiro mandato pelo Partido Comunista Chinês, mas o momento ficou marcado por outro protesto, numa ponte em Pequim, onde foi deixada uma tarja com uma frase anti-regime.

A emissora norte-americana acrescenta ainda que os fornecedores de serviços ficarão obrigados a levar a cabo avaliações de segurança sempre que lançarem novas aplicações no mercado chinês, especialmente serviços que “mobilizarem o público” ou tiverem a capacidade para permitir “expressão pública”.

A proposta será avaliada até ao dia 6 de julho.

Além do ‘airdrop’, a ferramenta de partilha existente em dispositivos Apple, a Google também tem um serviço semelhante, o Nearby Share, que funciona também em coordenação com o ‘bluetooth’ e wi-fi, e as empresas chinesas de telemóveis – a Xiaomi, a Vivo e a Oppo -, também oferecem as suas próprias ferramentas.

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Fonte : Notícias ao Minuto – Tech  

15 Junho 2023

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