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China homenageia veteranos dos EUA em período de distensão nas relações

China homenageia veteranos dos EUA em período de distensão nas relações

Mel McMullen, que tem mais de 90 anos, e Harry Moyer, de 103 anos, estão entre os poucos sobreviventes de um comando da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos que ajudou a China a combater o Japão e ficou popularmente conhecido como os Tigres Voadores.

A sua visita é a mais recente de uma crescente série de intercâmbios, nas vésperas de um possível encontro entre os Presidentes Joe Biden e Xi Jinping, no próximo mês, numa altura em que os Estados Unidos e a China tentam reparar uma relação que se deteriorou drasticamente nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.

McMullen contou como camponeses chineses salvaram a vida dos pilotos norte-americanos, escondendo-os durante o dia e transportando-os de aldeia em aldeia durante a noite, apesar do risco de serem severamente punidos pelos japoneses.

“Penso que isto é algo que todos devemos compreender”, disse ele, numa cerimónia na embaixada dos EUA em Pequim.

“As pessoas são iguais. Os seus governos podem ser diferentes, mas as pessoas têm sempre um único desejo, que é viver e criar as suas famílias em paz e de acordo com os costumes dos seus antepassados. Precisava de dizer isto e peço desculpa por ter demorado tanto tempo”, afirmou, sob fortes aplausos.

EUA e China têm vindo a restabelecer contactos que foram interrompidos nos últimos quatro anos, tanto pela pandemia do coronavírus, que restringiu as viagens, como pela crescente animosidade entre as duas maiores economias do mundo.

Seis senadores dos EUA visitaram a China no início deste mês, a primeira delegação do Congresso à China desde 2019. Também o governador da Califórnia, Gavin Newsom, visitou o país asiático na semana passada.

Num renascimento do intercâmbio cultural, o American Ballet Theatre está a atuar em Xangai esta semana, seguido por membros da Orquestra de Filadélfia que iniciarão uma digressão na próxima semana, marcando o 50º aniversário da histórica visita da orquestra à China em 1973.

Ambos os países querem mais intercâmbio entre pessoas, disse o embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, que organizou a cerimónia dos Tigres Voadores num pequeno ginásio da embaixada.

“Estamos num momento difícil nas relações entre os EUA e a China”, disse Burns. “Somos rivais em muitos aspetos, estrategicamente (…), mas os dois povos sempre estiveram juntos”.

Durante uma visita a Washington, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China considerou que criar condições para um encontro entre os líderes da China e Estados Unidos “não vai ser fácil” e que os dois países devem trabalhar em conjunto para alcançar resultados.

A delegação visitante dos Tigres Voadores incluía também os seus filhos e netos e funcionários eleitos da Califórnia, de onde Moyer e McMullen são naturais.

Os dois veteranos foram acompanhados no palco por Nell Calloway, neta do seu antigo comandante, o Major-General Claire Chennault.

Chennault fundou os Tigres Voadores como um grupo de pilotos norte-americanos que voavam para a força aérea da China. Mais tarde, foram absorvidos pelo exército dos EUA quando este expandiu as suas operações na China e colocou Chennault no comando.

Leia Também: China admite que “não vai ser fácil” encontro entre Xi e Biden

Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

30 Outubro 2023

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