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Cessar-fogo? Portugal alinhado em "convergência com posição da UE"

Cessar-fogo? Portugal alinhado em "convergência com posição da UE"

O Presidente da República mostrou-se solidário com as vítimas civis do ataque a um hospital na Faixa de Gaza, afirmando esta quarta-feira que o país deve demonstrar uma “sensibilidade muito especial para vítimas dos conflitos, sejam eles onde forem e quais forem”, mas evitando comentar os pedidos de cessar-fogo partilhados pelo secretário-geral das Nações Unidas.

Aos jornalistas, após uma visita a uma universidade em Namur, na Bélgica, Marcelo Rebelo de Sousa vincou que “a posição portuguesa é claramente a de separar” a “condenação clara” de atos terroristas e as vítimas civis que daí ocorrem. 

Questionado sobre a sua perspetiva sobre o ataque ao hospital al-Ahli, em Gaza, o Presidente vincou que a realidade é “um choque universal, ainda por cima com vítimas aparentemente muito numerosas”. “Outra coisa é haver várias versões e pontos de vista. E isso é um segundo plano, que é o plano da responsabilização, saber quem é que é de facto responsável pelo que aconteceu, quer tenha sido intencional, quer tenha sido involuntário. O nosso pensamento vai para as vítimas do que ocorreu, como quando aconteceram bombardeamentos a estabelecimentos de saúde com vítimas civis na Ucrânia”, disse.

Sobre um potencial cessar-fogo, que António Guterres exigiu esta manhã, mas que os líderes da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos (ambos aliados incondicionais de Israel) se recusaram a pedir, Marcelo disse que compreendia “perfeitamente a posição” de Guterres e o facto deste estar “preocupado com a situação”, mas optou por se alinhar com a convergência europeia.

“A UE vai intervindo através dos seus responsáveis cimeiros. A nossa orientação deve ser a de querer o máximo de unidade na posição da UE e quando ela fala, depois da participação intensa que Portugal tem sempre tido na tomada de orientações do quadro europeu. Portugal está solidário com aquilo que concita a convergência da posição da UE”, afirmou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa comentou ainda o ataque em Bruxelas, que fez dois mortos e que foi entretanto reivindicado pelo Estado Islâmico, ocorrendo durante a primeira noite da visita à Bélgica, com Marcelo a evocar a “solidariedade portuguesa relativamente àquele atentado terrorista”.

O ataque de terça-feira à noite no hospital al-Ahli na cidade de Gaza, no pequeno enclave palestiniano, fez pelo menos 500 mortos, com o estabelecimento completamente sobrelotado de doentes e deslocados de toda a Faixa de Gaza. O local tem pouquíssimos recursos médicos, alimentares, combustível ou sequer água potável, devido ao impacto do cerco israelita à região.

Várias organizações não-governamentais, jornalistas e autoridades palestinianas acusaram Israel de atacar intencionalmente o hospital, depois do exército ter avisado por várias vezes o mesmo hospital para que evacuasse. No entanto, Israel tem divulgado uma série de provas altamente contestadas e que ainda não foram verificadas, nas quais refere que o responsável pelo massacre terá sido um foguete da Jihad Islâmica, que falhou o alvo ou que teve um problema técnico.

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Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

18 Outubro 2023

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