Política

BE questiona Costa sobre TAP, PCP insiste no aumento dos salários

BE questiona Costa sobre TAP, PCP insiste no aumento dos salários

Na primeira ronda de pedidos de esclarecimento ao primeiro-ministro no debate da moção de censura apresentada pelo Chega, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, defendeu que “nada impede o Governo de valorizar os salários e as pensões”, perguntando a Costa “se vai prosseguir a política de direita ou se de facto vai dar resposta aos problemas”.

A dirigente comunista considerou que “o Governo tem todos os instrumentos para travar o esbulho dos salários e das pensões com o aumento dos custos da habitação” e que “não pode sacudir a água do capote como se não tivesse qualquer responsabilidade”, criticando que os bancos tenham “lucros recorde” e as famílias enfrentem aumentos nas prestações do crédito à habitação.

Paula Santos criticou também o Chega, dizendo que “procura iludir as pessoas para parecer ser o que não é” e ‘colou-o’ ao PSD, IL e PS nas políticas.

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, começou por ironizar, dizendo que reconhecia “alguma sorte” ao primeiro-ministro por “vir assistir de bancada na primeira fila a este espetáculo a que a direita se prestou hoje”, momentos depois de estes partidos trocarem algumas acusações sobre as respetivas posições quanto à moção de censura.

“É curioso como é que o senhor primeiro-ministro não trouxe um balde de pipocas”, ironizou.

O bloquista questionou o primeiro-ministro sobre a privatização da TAP, salientando que a empresa “agora está a dar lucro”, tem “mais de três mil milhões de euros de dinheiro público” investido e referindo que o Governo do PS em 2015 “quis ter a maioria das participações sociais”.

“E agora o senhor primeiro-ministro vem cá e diz: ‘bem, esta empresa tem dinheiro público mas não queremos saber’, ‘ela é estratégica mas nós podemos entregar a um qualquer privado e por isso vamos privatizar’. Eu não sei o que é que o António Costa de 2015 diria ao António Costa de 2023, mas eu sei que há aqui uma cambalhota pelo meio”, criticou.

Pelo Pessoas-Animais-Natureza (PAN), a deputada Inês Sousa Real também criticou as “picardias da direita” e questionou o PS sobre a sua abertura para incluir propostas do partido aquando da reapreciação do diploma com medidas sobre habitação – vetado pelo Presidente da República – cujo debate terá lugar na quinta-feira.

“No arrendamento garantirmos que os apoios são dados tendo em consideração cada elemento do agregado familiar e não o seu todo, ou que na própria renegociação dos créditos à habitação é garantido também a inclusão de outros créditos, porque há famílias que estão a contrair créditos para pagar o empréstimo à habitação, o que é inaceitável”, enumerou.

A deputada única questionou ainda o primeiro-ministro sobre o alargamento da proteção da tutela penal a todos os animais e a “regulamentação dos serviços de ecossistemas que o PS negociou com o PAN”.

Pelo Livre, o deputado único Rui Tavares também deixou duras críticas ao Chega, classificando a moção de censura como uma “farsa moral apresentada desta maneira para desviar as atenções da pantomima que representa o Chega e o seu populismo na política portuguesa”.

Tavares deixou ainda um desafio a António Costa: “Quando éramos um país de défices, todos os anos discutíamos aqui o Pacto de Estabilidade e Crescimento. O desafio é: vamos discutir aqui um compromisso de equidade e investimento e determinar quais é que são as proporções de ‘superavit’ que vão para pagamento de dívida, para investimento público e para uma reforma fiscal progressiva?”, questionou.

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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica  

19 Setembro 2023

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