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Apoiar empresas? "Pouco ou nada" feito, diz Associação Comercial do Porto

Apoiar empresas? "Pouco ou nada" feito, diz Associação Comercial do Porto

“É preocupante porque pouco ou nada foi feito em prol das empresas. O Governo espanhol, que é insuspeito porque é da mesma cor política do nosso, desceu o IVA dos bens essenciais e isso permitiu baixar imenso a inflação em Espanha, coisa que o nosso [Governo] não fez. Optou por uma política de vouchers, de vales e valezinhos que não resolveram o problema estrutural de empresa nenhuma”, afirmou, em declarações à Lusa, Nuno Botelho.

Um inquérito divulgado em maio de 2022 pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) revelava que, apesar da economia portuguesa ser das menos afetadas a nível europeu pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia, 83% das empresas portuguesas estava já a sofrer o impacto. O aumento dos custos, a dificuldade no acesso a matérias-primas e o cancelamento de encomendas eram apontadas como as principais consequências.

Apesar deste cenário, Nuno Botelho considera que as empresas têm conseguido dar uma resposta “muito positiva”, sendo “única e exclusivamente” as responsáveis pelos bons números que o país vai conhecendo.

O responsável teme, contudo, que o prolongamento no tempo deste conflito armado represente um agravamento da situação das empresas que ainda estão confrontadas com constrangimentos ao nível das cadeias de distribuições e dos custos do transporte e combustíveis.

“Se o PRR não arrancar, eu vejo aqui alguma dificuldade”, antecipa Nuno Botelho que acredita que o turismo será, em 2023, o único setor que não será afetado negativamente pela guerra na Ucrânia.

“Na minha opinião, vai ser um ano positivo, para o turismo. Apesar da diabolização que sofre em todo o lado, em Portugal é um setor que está a aguentar muito a economia portuguesa. Quanto ao resto dos outros setores, mais dia, menos dia, vão começar a ter aqui alguma dificuldade”, acrescentou.

Diz aquele responsável que ao longo destes meses — desde que aconteceu a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022 –, o Governo socialista liderado por António Costa, “a única coisa” que apresentou às empresas foram linhas de crédito, que não respondem às necessidades dos empresários.

“Depois de dois anos de pandemia e de um ano de guerra, não há nenhum empresário que queira mais linhas de crédito”, sublinhou, instando o Governo – “que anda enredado em casos e casinhos” – a agir.

“[Os empresários] querem é apoios à capitalização das empresas, a baixa do IVA de determinados produtos, querem políticas de internacionalização, querem o arranque do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], querem investimento público que não arranca, querem obras que são prometidas e que tardam em arrancar, querem concursos públicos desbloqueados, querem de facto negócio”, declarou.

A 24 de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia, desencadeando uma guerra que causou a morte de milhares de civis e cerca de 8 milhões de refugiados, e destruiu grande parte da infraestrutura do país.

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Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

17 Fevereiro 2023

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