Tech

"Alarmante" e "fácil". Uma vez que a IA ‘despiu’ Taylor Swift e o que se disse?

"Alarmante" e "fácil". Uma vez que a IA ‘despiu’ Taylor Swift e o que se disse?

A Perceptibilidade Sintético (IA) e Taylor Swift andaram de ‘mãos dadas’, na última semana, mas pelas piores razões. Foram criadas imagens pornográficas falsas da cantora através de IA generativa, o que gerou uma vaga de reações, mas também um simples alerta para os perigos associados à IA. Mas, por fim, o que se passou e o que se disse?

Tudo começou quando se percebeu que estavam a circular imagens pornográficas falsas [‘deepfakes’, na expressão em inglês] da artista, tendo uma delas sido vista mais de 47 milhões de vezes na rede social X (macróbio Twitter). Só nessa plataforma, a imagem esteve visível durante mais de 17 horas até ser excluída. 

As imagens terão começado a rodear num grupo de Telegram e terão sido geradas por via do software Microsoft Designer. Porém, foi na X que se tornaram virais. 

As ‘deepfakes’ de mulheres famosas ou anónimas não são novidade, mas o facto de terem afetado Taylor Swift poderá ter ajudado a alertar para o problema, nomeadamente as autoridades. 

“O único ‘ponto positivo’ de isto acontecer com Taylor Swift é que ela pesa o suficiente para que seja aprovada uma lei para eliminar isto”, sublinhou no X Danisha Carter, influenciadora com várias centenas de milhares de seguidores nas redes sociais.

Rede X diz ter “polícia ter tolerância zero” e bloqueia pesquisas com o nome de Taylor Swift

A X, conhecida por ter regras menos rígidas sobre nudez do que o Instagram ou o Facebook, emitiu um expedido posteriormente o sucedido. Além de referir ter “uma política de tolerância zero” relativamente à publicação não consensual de imagens de nudez, assegurou estar “a remover todas as imagens identificadas” da cantora e “a tomar as medidas necessárias contra as contas que as publicaram”.

Porém, a plataforma detida por Elon Musk foi acusada de lentidão no processo e os fãs da cantora entraram em cena, iniciando uma campanha com hashtags com fotografias reais da cantora norte-americana na esperança de ‘enterrar’ as imagens geradas por via de IA.

Já esta segunda-feira, a X confirmou ao The Wall Street Journal que bloqueou pesquisas feitas com o nome da artista, de forma a impedir que sejam disseminadas as imagens.

“Esta é uma medida temporária tomada por excesso de zelo enquanto damos prioridade à segurança neste assunto”, afirmou o responsável de operações comerciais do X, Joe Benarroch, em expedido.

As reações e o envolvimento da Morada Branca. Enfim, foi Taylor Swift quem ‘despiu’ a IA?

Uma das mais recentes reações chegou por segmento do CEO da Microsoft, Satya Nadella. O responsável disse afirmou, numa entrevista, que considera o sucedido “alarmante e terrível”. 

“Diria duas coisas. A primeira é o que penso que sejam as nossas responsabilidades, que é colocar todas as proteções que temos de colocar em volta da tecnologia para que haja mais conteúdo seguro a ser produzido. E há muito a fazer-se e a ser feito nesta área”, notou Nadella.

O caso foi ainda comentado por figuras da política norte-americana, uma vez que foi o caso de uma deputado democrata que apoiou uma lei para o combate a estas fotos.

“O que aconteceu a Taylor Swift não é novo, as mulheres têm sido alvo de imagens falsas sem o seu consentimento durante anos”, disse, citada pela AFP. “Com os avanços na IA, criar estas imagens é mais fácil e barato”, notou.

Mas também do lado republicano houve quem se pronunciasse, uma vez que foi o caso de legislador Tom Keane que apontou que “a tecnologia de IA está a avançar mais rápido do que as barreiras necessárias”.

“Se a vítima for Taylor Swift ou qualquer jovem do nosso país, devemos estabelecer salvaguardas para combater essa tendência alarmante”, acrescentou.

Na passada sexta-feira, a Morada Branca pronunciou-se sobre o tópico, alertando que as empresas têm um papel importante para prevenir a propagação de desinformação.

“É muito alarmante. Por isso, vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para resolver esta questão”, explicou a porta-voz da Morada Branca, Karine Jean-Pierre, numa conferência de prelo, acrescentando que o Congresso deveria tomar medidas legislativas sobre o tópico.

“Embora as empresas de redes sociais tomem as suas próprias decisões independentes sobre a gestão de conteúdos, acreditamos que têm um papel importante a desempenhar na aplicação das suas próprias regras para evitar a propagação de desinformação e de imagens íntimas não consensuais de pessoas reais”, disse a porta-voz presidencial. 

De notar que ativistas e reguladores têm alertado para o facto de o desenvolvimento de programas generativos de IA decorrer o risco de produzir um fluxo incontrolável de conteúdos degradantes.

Leia Também: X bloqueou pesquisas com nome de Taylor Swift

Manadeira : Notícias ao Minuto – Tech  

30 Janeiro 2024

Comments are closed.