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Nicolás Maduro propõe realizar três eleições em 2025 na Venezuela

Nicolás Maduro propõe realizar três eleições em 2025 na Venezuela

“O melhor seria optar por eleições separadas. Primeiro para os presidentes de câmaras, depois governadores e depois para o parlamento (…) em 2025 a festa eleitoral continuará na Venezuela”, disse.

 

Nicolás Maduro falava aos jornalistas, na noite de sexta-feira, posteriormente a inauguração dos XXI Jogos Desportivos Nacionais – Oriente 2024, em Anzoátegui, a leste de Caracas.

O Presidente da Venezuela disse ainda estar à espera que sejam aprovadas várias reformas eleitorais que atualmente estão a ser debatidas na Câmara Vernáculo (parlamento), para modificar a legislação atual nessa material e estabelecer um calendário para as eleições legislativas, regionais e municipais de 2025, que até agora está previsto que se realizem de maneira conjunta.

“As reformas das leis que vão ser feitas vão reforçar a base para que o país continue a avançar no fortalecimento da sua base institucional e eleitoral, de uma forma autónoma, soberana, sem que ninguém meta o nariz nem as mãos na Venezuela. Somos soberanos, somos autónomos, somos independentes”, frisou.

Segundo Nicolás Maduro a reforma da legislação atual é um debate grande e lhano, no qual participam diversos setores políticos, o bolivarianismo, o chavismo, as forças patrióticas e opositoras, setores sociais, intelectuais, económicos e universitários.

Em 1 de outubro último o Presidente da Câmara Vernáculo (AN, parlamento) da Venezuela, Jorge Rodríguez, anunciou uma reforma de toda a legislação eleitoral venezuelana, para cuidar e proteger a política, mas principalmente a população e o território de “políticos que peçam invasões”.

Também para impedir que os “fascistas” (termo usualmente usado pelo regime para referir-se aos opositores políticos) participem em futuras eleições.

As reformas abrangem a Lei de Partidos Políticos, Reuniões Públicas e Manifestações, a Lei Orgânica de Processos Eleitorais, a Lei Orgânica do Poder Eleitoral e também a Lei Orgânica do Supremo Tribunal de Justiça, para regular as competências da Câmara Eleitoral do sumo tribunal da Venezuela.

Em 2 de outubro, a principal confederação opositora da Venezuela, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), recusou participar no debate para reformar a legislação por considerar que se trata de “um exercício de propaganda” do regime.

Em 3 de outubro a AN, onde o chavismo detém a maioria, criou três comissões para reformar as leis e normativas do sistema eleitoral venezuelano.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no pretérito dia 28 de julho, posteriormente as quais o Recomendação Vernáculo Eleitoral atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o macróbio diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um “ciberataque” de que alegadamente foi cândido.

Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de duas milénio detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.

O próximo presidente da Venezuela tomará posse a 10 de janeiro para um procuração de seis anos.

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9 Novembro 2024

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