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Universidade de Macau quer conseguir prever desastres naturais
Ma Shaodan, diretora adjunta do Laboratório de Referência do Estado de Internet das Coisas para a Cidade Inteligente da UM, disse que a informação pode servir para “prever” a situação meteorológica e o nível das águas do mar.
Num comunicado, a UM sublinhou que a tecnologia utilizada em satélites de monitorização terrestre, incluindo a utilização de algoritmos e de grandes dados, podem “promover a segurança das cidades e a prevenção de desastres”.
No comunicado lembra-se o potencial impacto da subida das águas do mar e dos ciclones tropicais nas cidades da Grande Baía, região cuja costa representa quase 30% da área terrestre.
A Grande Baía é um projeto do Governo chinês para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.
No discurso durante a cerimónia de inauguração da base de ligação a satélites, o reitor da UM, Song Yonghua, tinha lembrado que Macau é atingido todos os anos por tufões.
Em 2017, o tufão Hato, considerado o pior em mais de meio século a atingir o território, causou dez mortos e 240 feridos.
Ma Shaodan sublinhou que “é muito complicado” prever a trajetória e comportamento de tufões e ciclones tropicais, mas disse que, assim que for possível recolher um grande volume de dados, “a tecnologia de simulação pode ajudar muito”.
A montagem da antena parabólica no campus da UM em Hengqin (Ilha da Montanha) começou em 2022 e a infraestrutura já está em operação, recebendo dados de dois grupos de satélites chineses e norte-americanos que cobrem quase toda a China e o mar do Sul da China, disse a académica.
Ma Shaodan disse que o principal objetivo é “ajudar a investigação ligada à cidade inteligente e sobre o oceano e as zonas costeiras”.
O reitor da UM tinha ainda destacado a ligação da universidade aos países de língua portuguesa, tendo mencionado em particular Angola e Moçambique.
Ma Shaodan confirmou que a nova base está interessada em “partilhar e trocar dados com outros países”, incluindo os lusófonos, “para apoiar o seu desenvolvimento, promover colaborações e criar uma base mais forte para investigação”.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Última Hora
22 Fevereiro 2023