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Novos progressos no restabelecimento parcial de água potável a Gaza

Novos progressos no restabelecimento parcial de água potável a Gaza

“Na manhã de sábado abrimos uma linha de água de Berkat Said, que abastece de água potável o sul da Faixa de Gaza, disse à agência espanhola EFE um porta-voz do organismo governamental israelita que coordena os assuntos civis nos territórios palestinianos ocupados (COGAT).

Em 15 de outubro, as autoridades israelitas anunciaram a abertura da primeira de três linhas de água, a de Bnei Suhila, que também alimenta o sul da Faixa.

Esta medida surgiu na sequência do corte total do abastecimento de água potável ao enclave, que representa 10% do abastecimento de água aos habitantes de Gaza, no terceiro dia da guerra contra o Hamas, que começou a 07 de outubro.

As duas linhas de água que foram reabertas forneceram “28,5 milhões de litros de água” no sábado, disse a porta-voz da COGAT, alegando que os foguetes disparados pelo Hamas no ataque a Israel atingiram uma linha de abastecimento.

O sistema de distribuição da companhia de água israelita Mekorot é independente das condutas municipais de Gaza, uma vez que conserva a rede de condutas destinadas aos colonatos israelitas na Faixa de Gaza, abandonada em 2005 quando Israel se retirou de Gaza.

O restabelecimento parcial deste abastecimento de água é insuficiente para aliviar a sede dos habitantes de Gaza, uma vez que 90% do abastecimento provém de três centrais públicas de dessalinização e de numerosas centrais privadas, que tratam a água do mar ou a água do único aquífero de Gaza, pois a água extraída diretamente do solo e canalizada através da rede municipal é quase intragável devido à elevada salinidade.

O equipamento de tratamento de água não pode funcionar devido aos cortes de eletricidade e à falta de combustível, que também provocaram o colapso de hospitais.

Além disso, a água da torneira também está contaminada por fugas de esgotos, pelo que, mesmo em tempos de relativa paz, nove em cada dez habitantes de Gaza dependem da água fornecida por camiões ou de pontos públicos de recolha de água potável.

Desde que Israel e o Hamas entraram em guerra, mais de 1,4 milhões de habitantes de Gaza – metade da população – foram deslocados para o sul da Faixa de Gaza, enquanto os postos fronteiriços do norte e do sul do enclave estão fechados e a ajuda humanitária, que tenta aliviar a escassez de água potável, alimentos e medicamentos, tem chegado apenas de forma irregular.

A passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, foi aberta momentaneamente em raras ocasiões para deixar passar cerca de 80 camiões com ajuda humanitária, que não inclui combustível, enquanto o número médio de camiões de ajuda que costumavam entrar antes da guerra era de 500, segundo a agência humanitária da ONU, OCHA.

Neste contexto, o desespero está a alastrar entre os habitantes de Gaza e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) informou o domingo que milhares de pessoas invadiram os armazéns e os centros de distribuição da organização para se apoderarem dos fornecimentos.

Israel mantém um bloqueio aéreo, terrestre e marítimo à Faixa de Gaza desde 2007, quando o Hamas tomou o poder de facto, tornando os seus habitantes dependentes do fornecimento de bens e serviços do exterior.

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Fonte :  Notícias ao Minuto – Última Hora 

 

29 Outubro 2023

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