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Em Quarteira, Montenegro alinhou as agulhas para o próximo ano
Pela segunda vez como líder do Partido Social-Democrata (PSD), Luís Montenegro liderou a rentrée política ‘laranja’ no calçadão de Quarteira, na mítica Festa do Pontal, esta segunda-feira.
Montenegro chegou com pompa e circunstância, acompanhado, surpresa das surpresas, do antigo presidente do partido Luís Marques Mendes e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. A presença não estava anunciada, mas também não causou grande surpresa. Afinal de contas, Moedas surfa ainda a onda de sucesso da Jornada Mundial da Juventude.
O sol ia-se pondo e, à medida que os militantes e dirigentes do PSD se sentavam à mesa para comer e beber, os dirigentes regionais do Algarve discursavam.
O momento alto da noite chegou, no entanto, por volta das 20h30, quando Luís Montenegro tomou o púlpito para anunciar as linhas gerais do projeto político do PSD para o próximo ano.
Militantes e membros do partido tropeçavam – literalmente – para acompanhar Montenegro a caminho do palco.
O sol pintou-se de laranja para ouvir o líder social-democrata anunciar uma promessa ambiciosa, por entre fortes críticas à governação socialista: um corte de 1.200 milhões de euros de IRS.
Uma medida para tornar o sistema fiscal mais equitativo, dizem os sociais-democratas, saudando ainda os seus militantes e membros com outras propostas contundentes: um IRS máximo de 15% para os jovens até aos 35 anos e uma atualização dos escalões do IRS em função da inflação.
Isso e a não tributação de prémios de desempenho ou de produtividade (até 6% do salário, tanto na Administração Pública como nos privados), e uma lei que leve o Parlamento a determinar o que deve ser feito com excedente da receita fiscal obtido no início do ano.
Montenegro acusou, no seu discurso de 40 minutos, o Governo de António Costa de ser “imoral”, uma “bandalheira” e “recordista dos impostos”.
”Há oito anos…” foi início de frase que se repetiu várias vezes no discurso, acusando Montenegro uma deterioração do país durante a governação socialista.
No público, que a olho nu não parecia bater aquele que compareceu ao calçadão de Quarteira em 2022, os sociais-democratas acenavam, atirando outras críticas – mais fortes ainda – aos socialistas.
“Se repararmos aquilo que foi a vida do país nos últimos anos, temos de concluir que, com António Guterres e António Costa, o país acabou num pântano, com Sócrates e António Costa o país acabou na bancarrota. E, agora, com António Costa e os seus delfins, o país está numa das zonas mais problemáticas em termos de empobrecimento dentro da União Europeia”, disparou o líder social-democrata.
Montenegro “fez bem”
Em declarações ao Notícias ao Minuto, a vice-presidente da bancada social-democrata Catarina Rocha Ferreira considerou que foi “um balanço bastante realista sobre o estado do país e da governação socialista”, que “tarda em agir quando é necessário e não se conhece qualquer projeção estrutural para o futuro”.
“Nesse sentido foi assertivo ao afirmar que o resultado do socialismo é um país sem futuro. Nem os jovens mais qualificados cá conseguem ficar, o que é bastante preocupante”, disse, realçando outro aspeto, “o mais relevante”:
“O facto de o líder do PSD não pretender apenas apontar o dedo à governação socialista, mas apresentar soluções concretas para dar o futuro aos portugueses que este governo se mostra incapaz de dar, o que se consubstanciou com a apresentação de uma proposta global de reforma do sistema fiscal.”
Catarina Rocha Ferreira lamenta que “nunca em Portugal se pagaram tantos impostos e com o serviço público em clara agonia e “é evidente que este caminho não pode continuar”.
Na sua perspetiva, “fez bem o presidente do PSD em lançar hoje uma proposta global de reforma do sistema fiscal para que o país possa ser apelativo”.
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Fonte : Notícias ao Minuto – Politica
14 Agosto 2023